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Covid-19

Consumo de máscaras no Hospital Municipal tem alta de quase 1.000%

Entre janeiro e setembro de 2020 foram utilizadas 8.973 máscaras N95

Por Marina Zanaki

10 de janeiro de 2021, às 14h52 • Última atualização em 10 de janeiro de 2021, às 14h53

Considerada padrão ouro em termos de eficácia na proteção contra o novo coronavírus (Covid-19), a máscara N95 viu seu consumo aumentar quase 1.000% durante a pandemia no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, de Americana.

Segundo dados fornecidos pela Fusame (Fundação Saúde de Americana) ao LIBERAL, entre janeiro e setembro de 2020 foram utilizadas 8.973 máscaras N95. No mesmo período do ano anterior, foram 816.

Logo no início da pandemia, esse produto sofreu um desabastecimento no mercado diante da alta demanda mundial, e com isso seu preço também aumentou. Na média entre janeiro e setembro, o hospital municipal observou a máscara N95 saltar de R$ 2,54 para R$ 12,44, um aumento de 389%.

A máscara descartável com três camadas encareceu 1067% no período, e o preço médio passou de R$ 0,13 para R$ 1,51. A quantidade consumida saltou de 34,8 mil para 138,2 mil unidades. A Fusame gastou R$ 321,2 mil com essas duas máscaras nos primeiros nove meses de 2020.

Os diversos tipos de luvas utilizadas no hospital também tiveram aumento significativo no período. O consumo de luva cirúrgica 6,5 estéril, por exemplo, aumentou 168%. As luvas de borracha viram o consumo aumentar 209%.

“Se voltar lá atrás, tinha a campanha fique em casa. Nisso, as empresas foram fechando, transporte parando, deixando de produzir, e teve impacto muito grande. Começou a faltar muita coisa, luva, EPI, medicamento. Passamos momentos muito críticos. Medicamentos são de fundamental importância”, disse o diretor-superintendente da Fusame, José Luiz Marzochi.

O diretor lembrou que boa parte dos insumos utiliza matéria-prima importada, que é afetada pela alta do dólar.

“Antibióticos caros, embora tudo licitado, as empresas não entregam. E alguns subiram 600%, 700%, incompatível com o preço que foi negociado, mas é medicamento que não pode ficar sem, pode um paciente pode vir a óbito”, contou Marzochi.

Remédios
O antibiótico azitromicina apresentou o maior aumento no consumo, saltando de 300 para 2.461 unidades. O preço do remédio aumentou 408% no período.

Dois dos medicamentos com maior aumento na quantidade utilizada são sedativos, o propofol (aumento de 618% no consumo) e midazolam (498%).

O antiparasitário ivermectina, apontado em estudos como possível tratamento para a Covid-19, mas sem eficácia comprovada, viu o consumo aumentar 400%.

Uma das grandes dificuldades do tratamento dos pacientes com Covid-19 e que contribui para a alta mortalidade é a falta de um medicamento com eficácia comprovada contra o vírus.

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