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AMERICANA

Conselho Tutelar teme exposição de vítimas em novo prédio

Nova sede do órgão vai funcionar junto com o Cadastro Único no Centro; secretário diz que temor é “sem fundamento”

Por André Rossi

05 de dezembro de 2020, às 08h41

A sede do Conselho Tutelar de Americana vai funcionar conjuntamente com o Cadastro Único a partir do dia 14 de dezembro em um imóvel na Rua Dom Pedro, no Centro da Cidade. A mudança preocupa os conselheiros, que temem maior exposição de vítimas no endereço compartilhado.

Espaço reformado foi entregue nesta sexta pelo prefeito Omar Najar (MDB); secretário não vê “fundamento” em crítica – Foto: Marília Pierre – Prefeitura de Americana.JPG

A entrega da nova sede foi realizada na manhã desta sexta-feira (4) pelo prefeito Omar Najar (MDB) e pelo secretário de Ação Social e Direitos Humanos, Aílton Gonçalves Dias Filho.

O prédio passou por reformas, adequações e resultará numa economia de quase R$ 50 mil ao ano, já que o imóvel onde atualmente funciona o conselho, na Vila Santa Catarina, é alugado.

Já o Cadastro Único funcionava na Avenida Brasil, no Jardim São Paulo, cujo espaço era considerado precário.

“Fico feliz em poder entregar as novas instalações ao Conselho Tutelar e ao Cadastro Único, que são órgãos fundamentais e  prestam serviços importantes para a cidade. Os conselheiros e os funcionários terão um ambiente mais propício para melhor atenderem à população e a prefeitura não precisará pagar mais aluguel”, disse o prefeito em vídeo no Facebook.

Coordenador do Conselho Tutelar, Rodrigo Miletta disse ao LIBERAL que a mudança gera preocupação. Anteriormente, os conselheiros já haviam externado ao secretário que a ideia de compartilhar o prédio era temerária. Eles tomaram conhecimento sobre a decisão definitiva nesta sexta.

“Vamos constatar ou não no dia a dia. Qual é a nossa preocupação? É a exposição das nossas crianças e adolescentes. O local é de muita visibilidade. Quem procura o Conselho Tutelar, até para fazer uma denúncia, quer de forma sigilosa”, explicou Miletta.

Além da região mais movimentada, o fato de dividir o prédio com outro órgão também gera preocupação. No passado, o Conselho Tutelar de Americana chegou a compartilhar um prédio na Avenida da Saudade e, segundo o coordenador atual, a experiência não teria dado “muito certo”.

“A gente não tem nada contra o Cadastro Único, pelo amor de Deus, mas ter outro serviço junto com a conselho a gente não vê com bons olhos. Pode ter coincidência, até de se encontrar um violador com um violado, ou pessoas do próprio bairro ver uma pessoa visitando o conselho e fazer pré-julgamento”, disse Miletta.

O coordenador diz ainda que, caso percebam que houve uma redução no número de denúncias ou se o novo prédio gerar algum inconveniente, a situação será comunicada ao secretário e até mesmo para o MP (Ministério Público).

Ao LIBERAL, o secretário de Ação Social disse que o temor dos conselheiros “não tem fundamento algum”.

“Nós conversamos com os conselheiros, tentando tranquilizá-los. O Conselho Tutelar já funcionou em prédios compartilhados com outros equipamentos nossos, e a experiência da secretaria é de que não coloca em prejuízo em nada”, disse Aílton.

“O Cadastro Único é um equipamento que trabalha com pessoas vulneráveis, muito simples. Não teremos problema. É um medo que não tem fundamento”, afirmou o secretário.

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