Americana
Conselho irá decidir futuro de aluno que esfaqueou colega em sala de aula
Autor do crime segue matriculado na unidade escolar; conselho, formado por professores e alunos, aguardam o que acontecerá na esfera judicial
Por Leonardo Oliveira
20 de fevereiro de 2020, às 15h13 • Última atualização em 20 de fevereiro de 2020, às 15h22
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/conselho-ira-decidir-futuro-de-aluno-que-esfaqueou-colega-em-sala-de-aula-1153021/
O futuro do aluno que esfaqueou um companheiro de sala na noite desta quarta-feira (19), na Escola Estadual Heitor Penteado, em Americana, será decidido pelo Conselho de Escola, composto por professores e alunos da unidade de escolar.
A reportagem conversou na manhã desta quinta-feira com o dirigente regional de ensino de Americana, Haroldo Ramos Teixeira. Ele relata não ser possível expulsar o estudante logo de cara pois a autonomia de decisões como essa são justamente do conselho. “O conselho é soberano. Ele já é um aluno maior de idade, então é diferente. Só que a gente precisa trabalhar dentro da legislação”, disse ao LIBERAL.
Antes de se reunir para deliberar sobre os próximos passos, o conselho aguarda o que acontecerá na esfera judicial. O estudante, de 35 anos, foi preso em flagrante e aguarda por audiência de custódia para saber se permanecerá preso ou se será solto.
Recém-matriculado
Segundo o dirigente regional de ensino, o agressor começou o EJA (Ensino de Jovens e Adultos) no Heitor Penteado em 2020. Ele cursava o 2° ano do Ensino Médio. “´É um aluno que entrou esse ano, estamos na terceira semana de aula, então foi uma surpresa para todo mundo”, relata Haroldo.
Combate ao bullying
O autor do crime alegou ter sofrido bullying, segundo informações da Polícia Militar e da Polícia Civil. Um vídeo íntimo dele teria sido divulgado nas redes sociais pela vítima, o que teria motivado a agressão.
Outro lado
A reportagem ouviu uma aluna que estava presente na sala de aula no momento da facada e a mãe de uma outra estudante, que também presenciou o ocorrido. Ambas disseram que é mentira a alegação de que os alunos praticaram bullying contra o agressor e que nenhum vídeo foi divulgado.
O dirigente regional de ensino de Americana adiantou, ao LIBERAL, que caso seja confirmado que houve bullying, a escola fará um mapeamento dos casos para realizar ações de combate a essa prática. “A missão é, se realmente aconteceu o bullying, é que a escola faça esse mapa geral para conter essas atividades”, destaca.
A iniciativa seria realizada através do Conviva SP, o ‘Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar’, desenvolvido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. A proposta é que cada unidade identifique suas vulnerabilidades para implementar um método de melhoria na convivência escolar.
“A escola vai mapear e fala, por exemplo, que 2% dos alunos relatam que sofrem bullying. Aí é fazer uma ação dentro desses 2% com um círculo de construção de paz, conversar em que nível está, quem são os agressores, quem são as vítimas”, detalha.
Se forem identificados problemas na convivência dos alunos, o Estado pode atuar mandando psicólogos ou assistentes sociais para as instituições de ensino.
Além da Capa, o podcast do LIBERAL
A trajetória do impasse em torno da lei municipal de incentivo ao esporte em Americana é o assunto desta edição do Além da Capa. Ouça:
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