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Conheça a história por trás do ipê-rosa que faz sucesso nas redes sociais

Apesar do dia a dia corrido, difícil encontrar alguém que tenha passado por ele quando florido, e não tenha parado por alguns instantes para admirar

Por Jucimara Lima

19 de setembro de 2021, às 09h25 • Última atualização em 20 de setembro de 2021, às 09h19

Todos os anos entre os meses de junho e agosto, durante no máximo 15 dias, os olhos de quem passa pela tradicional Avenida Cillos, em Americana, se voltam para a Praça Tenente Oswaldo Fernandes de Sá. Do alto de seu esplendor, um lindo ipê-rosa floresce, espalhando beleza, encantamento e magia.

Numerosas, suas flores se espalham pela calçada e sua cor inebriante é um convite ao prazer de contemplar. Apesar do dia a dia corrido, difícil encontrar alguém que tenha passado por ele quando florido e não tenha parado por alguns instantes para admirar sua magnitude.

As irmãs, Tune e Vitória no dia em que elas recordaram sobre quem havia plantado o ipê – Foto: Vitória Maria Denardi de Oliveira Barrosa_Arquivo Pessoal

Vitória Maria Denardi de Oliveira Barros mora em frente ao local desde 1960 e é uma dessas pessoas encantadas pelo ipê-rosa da Cillos, e também foi quem nos ajudou a descobrir a responsável pelo plantio da árvore.

Nossa pesquisa começou quando um leitor indicou um texto que Vitória compartilhou na internet. No conteúdo, ela revelou: quem plantou a árvore foi dona Emília Monteiro Fernandes (in memorian).

– Foto: Macelo Rocha – O Liberal.JPG

Matriarca de uma grande família e de origem simples, dona Emília foi mãe de uma das primeiras enfermeiras do Hospital São Francisco, Maria Luiza da Silva, falecida no ano passado.

Trabalhadora, ela própria também atuou no hospital no setor da lavanderia. Por essa razão, para ficar mais próxima ao emprego, se mudou juntamente com a família para a casa alugada de João Matthiensen, que ficava exatamente onde hoje é a praça.

A professora aposentada Neusa Maria Luiza Silva, filha caçula de dona Emília, guarda boas recordações daqueles tempos. “Era uma casa grande, muito antiga, contudo, me lembro de que no quintal, minha mãe plantou várias árvores, muitas frutíferas, entre elas o ipê”.

A saudosa dona Emília Monteiro Fernandes – Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Neusa, uma das razões que motivaram o plantio é que na época havia um boato de que a casca da árvore ajudava na cura do câncer. Assim como ela, diversos moradores de Americana plantaram ipês, inclusive o próprio pai de Vitória.

Em 25 de maio de 1972, quando houve a desapropriação de boa parte daquela região, dona Emília e sua família já não moravam mais no local, porém o ipê já havia dado a primeira florada. Apesar de tudo ter sido derrubado por motivos desconhecidos, o ipê (que seguramente hoje tem mais de 50 anos) foi preservado.

Dona Emília se foi, mas deixou viva sua memória. Orgulhosa do feito, pouco tempo antes de partir ela visitou a praça. “Nossa família fica feliz que mesmo após falecida nossa mãe tenha deixado esse presente para Americana”, emociona-se Neusa.

Admiradora da atitude de dona Emília, Vitória faz questão de agradecer. “Essa árvore tem o tamanho do amor dela”.

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