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Americana

Comércio varejista e setor têxtil têm mais acidentes de trabalho

Entre 2012 e 2018 foram pouco mais de 3 mil registros nos dois setores; dedos e mãos são as partes do corpo com mais casos de ferimentos em Americana

Por Marina Zanaki

21 de julho de 2019, às 12h41

Atividades do setor têxtil e o comércio varejista, com predominância de hipermercados e supermercados, lideram nos acidentes de trabalho registrados em Americana. Segundo levantamento realizado pelo LIBERAL no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, o setor têxtil teve 1.966 acidentes e o comércio varejista outras 1.187 notificações entre 2012 e 2018. Foram 17.230 acidentes nesse período.

Os acidentes em quatro atividades do setor têxtil concentram 11% dos casos. Foram consideradas as atividades de tecelagem de fios e fibras sintéticas, acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis, tecelagem de fios de algodão e fabricação de outros produtos têxteis não especificados. O comércio varejista teve 7% dos acidentes na cidade nesses sete anos.

Foto: Editoria de arte / O Liberal
Dados por região do corpo entre 2012 e 2018

As partes do corpo com mais registros de ferimentos foram dedos (3.822 casos) e mãos (1.468), que atuam diretamente na manipulação de produtos e máquinas. Em terceiro lugar aparecem os pés (1.156).

“Supermercados e indústria têxtil ainda são trabalhos que usam mão de obra, não tem muita automatização. Para mudar isso tem que se investir em automação e treinamento”, analisa o engenheiro de Segurança do Trabalho e Produção Mecânica, membro da AEAA (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Americana), Valdir Vitor Franciscatto.

Presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho e professora de Saúde Coletiva da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Marcia Bandini indica que os acidentes ocorrem na interação entre trabalhador e máquina.

“Os acidentes com dedos e mãos são de longe os mais frequentes e tem predomínio maior em todo o tipo de atividade econômica onde tem máquinas desprotegidas ou manipulação de ferramentas perfurocortantes”, afirmou.

A profissional lembrou que os danos nas mãos podem resultar em problemas graves e destacou que muitos acidentes podem ser evitados por meio de prevenção.

“A quantidade de pequenas estruturas na mão faz com que qualquer lesão sempre seja mais complexa, com tratamento caro”, diz.

Os sindicatos patronais locais dos dois setores foram procurados, mas não comentaram.

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