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POLÊMICA

Comerciantes e empresários criticam presença de circo em Americana

Sócios citam “esforço enorme há mais de um ano para evitar aglomerações”, diz Acia

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14 de maio de 2021, às 18h16 • Última atualização em 15 de maio de 2021, às 08h22

Comerciantes e empresários de Americana criticaram a presença de circo instalado no estacionamento da Fidam (Feira Industrial de Americana), que anunciou apresentações a partir da noite desta sexta-feira (14).

A prefeitura diz que o circo não poderá abrir. O local afirma que está tomando as providências necessárias.

Plano São Paulo permite atividades culturais até às 21h – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

De acordo com o presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbrustrer, os sócios da entidade criticaram e reclamaram da presença do circo na cidade em plena pandemia do coronavírus (Covid-19) e de eventuais apresentações.

“Estamos fazendo um esforço enorme há mais de um ano para evitar aglomerações e um circo, no momento (respeitando o profissionalismo de cada um), não seria adequado”, diz parecer dos sócios.

“Os comerciantes já reclamaram à Acia e explicaram que o momento econômico da cidade não é para atividades de fora”, explica o presidente ao LIBERAL.

“Precisamos fortalecer os postos de trabalho locais. Sem pandemia, seria excelente. Mas, hoje, corremos o risco de agravar o quadro de saúde e as dificuldades econômicas da cidade”, finaliza Wagner.

ENTENDA O CASO
Com propaganda de rádio local, o Circo Maximus Brasil tem anunciado apresentações em Americana, com início a partir desta sexta-feira (14).

Há espetáculos marcados para toda a semana seguinte, mas a prefeitura informou ao LIBERAL nesta quinta-feira (13) que o evento não tem autorização para ocorrer, no mínimo, até 23 de maio, data de vigência do atual decreto do Plano São Paulo do Governo do Estado.

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A fase de transição do Plano São Paulo, que vai até o dia 23, permite atividades culturais, mas até às 21h, com 30% da capacidade e aplicação de protocolos sanitários. Das 21h às 5h, vigora o toque de restrição.

“Entre outras motivações para a não autorização está o agendamento para as 20h, próxima ao limite de funcionamento previsto pelo Plano São Paulo; o curto intervalo entre as sessões, que dificultam a comprovação de que haverá correta higienização do ambiente e de que não haverá aglomeração na entrada e saída das sessões; assim como a venda antecipada de ingressos sem a devida autorização”, lista a prefeitura.

A nota ainda faz um alerta sobre os riscos e cita o sacrifício do comércio local, que sofre com as restrições durante a pandemia.

“O município conta com altos índices de ocupação hospitalar e que os números de casos e mortes por Covid-19 ainda são altos. Não seria razoável que diante de tantos problemas e de tantas limitações que o Plano São Paulo impôs para o comércio local, o evento ocorra”.

O Estado explicou ao LIBERAL que o funcionamento do circo é autorizado pelo Governo, das 6h às 21h, mas fica a critério das prefeituras decidir. O circo teria sido informado quarta-feira (12), relata a prefeitura.

O QUE DIZ O CIRCO
Nas redes sociais, o Circo Maximus anuncia: “Com sua mais nova estrutura, a grandiosa estreia vai acontecer nesta sexta, a partir das 20h”. Ainda estão marcados espetáculos para sábado e domingo, três sessões cada, e de terça a sexta.

“O Circo Maximus está respeitando todas as normas de segurança e capacidade para você se divertir ao máximo”, ressalta o estabelecimento. A reportagem entrou em contato com o circo pelos números de WhatsApp disponibilizados nas redes sociais.

Um responsável que não quis ser identificado declarou que o circo terá permissão para os espetáculos. “Não funcionamos sem alvará, trabalhamos conforme a determinação, com capacidade reduzida e alvará da prefeitura e do Corpo de Bombeiros”.

Questionado sobre o fato da prefeitura dizer que não há autorização e que o circo já foi informado, o homem relatou. “Nossa parte administrativa está tomando todas as providências direto com a prefeitura”.

A prefeitura foi questionada a respeito, mas ainda não respondeu.

FIDAM DIZ QUE RESPONSABILIDADE É DO CIRCO

O advogado da Fidam, André Ricardo Duarte, disse à reportagem que a Fidam é responsável apenas pelo contrato de cessão do local, no caso o estacionamento.

“Toda parte de alvará de funcionamento, de aprovação do Corpo de Bombeiros e prefeitura é com o circo. A informação que temos é que eles estariam respeitando as normas, que o alvará dos bombeiros já está ok e que teriam dado entrada na prefeitura”.

Questionado sobre eventual abertura do circo e multa da prefeitura, o advogado avalia. “A Fidam não quer que isso aconteça, mas não há risco de multa para a Fidam, que não teria nenhum prejuízo”.

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