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Covid-19

Com fim de fase emergencial, isolamento nos dias úteis cai em Americana

Especialista alerta para falsa sensação de segurança da população e relaxamento dos cuidados após as flexibilizações

Por Marina Zanaki

23 de abril de 2021, às 16h16

Desde o fim da fase emergencial do Plano São Paulo, em 12 de abril, o isolamento social em Americana caiu. A redução foi observada principalmente nos dias úteis. Especialista ouvido pela reportagem alertou para falsa sensação de segurança da população e relaxamento dos cuidados após as flexibilizações autorizadas pelo governador João Doria (PSDB).

Entre os dias 15 de março e 11 de abril, quando esteve em vigor a fase mais restrita desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para tentar frear o colapso do sistema de saúde, o isolamento social em Americana variou entre 38% e 41% nos dias de semana. Os índices eram maiores do que nas semanas anteriores, quando as taxas nunca superavam os 38%.

Após flexibilizações, taxa de isolamento apresentou queda em Americana – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Com o retorno do Estado de São Paulo para a fase vermelha, em 12 de abril, as taxas de isolamento na cidade ficaram abaixo dos 40% em todos os dias úteis – a exceção foi em 13 de abril, que registrou exatamente 40%. O pior isolamento foi observado na quinta-feira (22), com adesão de apenas 37% da população.

Aos finais de semana e no Feriado de Tiradentes, as taxas têm ficado mais altas, entre 42% e 48%. Os dados foram levantados no Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que usa como base o acompanhamento de celulares para calcular as taxas diárias de isolamento.

O pico da segunda onda da pandemia ocorreu na segunda quinzena de março e início de abril. Nas duas últimas semanas, as internações começaram a cair no Estado e na região de Campinas. A redução foi a justificativa do governador para tirar São Paulo da fase emergencial e inaugurar a fase de transição entre as faixas vermelha e laranja.

Contudo, a tendência de queda nos indicadores do coronavírus corre risco de ser revertida diante das flexibilizações, que ocorreram de forma precipitada. A avaliação é do membro do Observatório da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, o médico André Giglio Bueno.

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“O movimento de flexibilização achamos que foi muito precipitado, porque mesmo que tenha tido um esforço governo do Estado em falar que não era flexibilização, até evitar essa palavra, as pessoas entendem como flexibilização. Basta ver no dia a dia, o movimento de carros aumentou muito da semana passada para essa”, disse o infectologista.

André acredita que um novo recrudescimento da pandemia não deve superar o cenário de março, com filas para vagas de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) e demora em transferências.

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Ele argumenta que a preservação do toque de restrição entre 20h e 5h, aliado às fiscalizações municipais, podem estar coibindo aglomerações e contribuindo para frear uma situação tão dramática como a que ocorreu no mês passado. O próprio avanço da vacinação de boa parte dos idosos também pode ajudar a evitar esse cenário.

“Se conseguir manter um nível mínimo com as restrições um pouco mais intensas que as fases originais do Plano São Paulo, pode ser que consiga segurar e não ter uma situação pior. Mas é uma hipótese, não está descartada a possibilidade de uma situação pior”, alertou o médico.

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