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Covid-19

Com estabilidade no contágio, médicos alertam para 3ª onda

Apesar de região ter cenário estável, especialistas apontam preocupação com reuniões no Dia das Mães e risco de novo avanço da doença nos próximos meses

Por Marina Zanaki

02 de maio de 2021, às 08h13

Após o pico da segunda onda da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) entre o final de março e início de abril, o contágio em Americana se estabilizou. Apesar disso, a ocupação segue em altos patamares, e o risco de uma terceira onda é apontado por especialistas ouvidos pela reportagem.

A Vigilância Epidemiológica de Americana avalia que o momento atual é de estabilidade. “Houve dias, durante o mês de abril, em que os números de casos novos foram menores, contudo, com ascendência posterior. Na última semana houve aumento, com queda considerável em 27 de abril. Ainda não se pode concluir que há uma queda ou melhora do cenário”, disse o órgão municipal na semana passada.

Hospital Municipal é referência contra Covid-19 – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

A vigilância apontou uma queda considerável também nas taxas de ocupação dos leitos. No início do mês de abril, as UTIs estavam completamente lotadas, taxa que caiu para 87% nesta sexta-feira.

Análise feita pelo Hospital Unimed, em Americana, aponta na mesma direção. “Nas duas últimas semanas, houve redução de pouco mais de 50% do número de internações em UTI para tratamento de Covid-19, em comparação com as duas semanas anteriores. Atribuímos essa redução à ampliação da vacinação em nossa região, bem como às medidas restritivas de circulação social”, disse a Unimed. Os demais hospitais não comentaram.

Alerta para o Dia das Mães

As reuniões familiares do Dia das Mães são um fator de preocupação para potencializar as contaminações nas próximas semanas. O alerta é da infectologista na linha de frente da pandemia que atua na rede particular, Ártemis Kilaris.

“O cenário ainda está estável, não estamos tendo tantos casos novos por dia como aconteceu no final de março. Mas agora vem o Dia das Mães e vamos ver como vai se comportar depois, há uma preocupação. O comportamento das pessoas vai ser importante para não ter uma terceira onda”, disse a médica.

Membro do Centro de Contingenciamento, que recomenda as medidas de restrições ao governador João Doria (PSDB), o médico Carlos Magno Fortaleza avaliou que as reuniões entre famílias e amigos são o ponto chave nas contaminações.

“Mas sou relativamente otimista, acredito que se manter o nível de restrição atual por mais algum tempo, conseguimos sustentar a pandemia até chegarem as vacinas. Mas se liberar muito encontro das pessoas, não tenho nenhuma esperança que a gente controle e evite uma terceira onda”, admitiu Fortaleza, que é professor da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu.

Médico também da linha de frente e membro do Comitê de Crise da Prefeitura de Americana, o infectologista Arnaldo Gouveia Junior avalia que é possível uma nova onda de aumento de casos já em junho.

Reabertura das atividades, cansaço da população, relaxamento dos cuidados e frio podem desencadear novo aumento. Ele ponderou que não é possível estimar a intensidade da próxima onda.

“É razoavelmente provável que haja uma terceira onda pelo fato de que ainda tem muita gente suscetível e a vacinação está indo muito devagar”, disse o médico.

“Está cheio de gente internada com uma dose, tem que ter as duas. Aplicar a primeira e postergar a segunda é manobra política de propaganda, não é política de saúde”, criticou o médico.

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