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Tradição

Com bacalhau mais caro, clientes migram para peixes mais baratos

Comerciantes ouvidos pela reportagem relatam que o valor está cerca de 20% mais alto este ano

Por Heitor Carvalho

01 de abril de 2021, às 09h16 • Última atualização em 01 de abril de 2021, às 09h20

Com preço do bacalhau mais caro, consumidores estão migrando para compra de peixes mais baratos, pensando no almoço desta sexta-feira - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

Um dos pratos mais tradicionais da Páscoa, o bacalhau está mais caro, em parte, por conta da alta do dólar. Com isso, consumidores passaram a migrar para peixes mais baratos, como a tilápia, merluza, o cação, a corvina e a sardinha.

O LIBERAL pesquisou o valor do bacalhau em oito peixarias de Americana e Santa Bárbara d’Oeste. O preço do quilo varia de R$ 50 a R$ 70, enquanto os cortes mais nobres, como o lombo, custam entre R$ 120 e R$ 140.

Comerciantes ouvidos pela reportagem relatam nessa quarta que o valor está cerca de 20% mais alto este ano.

O peixe, que vive em águas frias e profundas do Atlântico Norte, precisa ser importado por países com clima quente, como o Brasil.

Por conta disso, variações no câmbio influenciam no valor do produto por aqui. O aumento da demanda nessa época do ano também ajuda a aumentar o valor cobrado pelo quilo.

Apesar da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), de oito peixarias ouvidas pelo LIBERAL, seis disseram que as vendas neste ano estão estáveis ou até melhoraram (até 30%) em relação à Páscoa do ano passado.

Segundo informações da Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), a venda de peixes nacionais, como a tilápia, cujo valor varia entre R$ 40 e R$ 50 o quilo, deve impulsionar um crescimento de cerca de 10% no comércio de pescados este ano.

Peixe, que vive em águas frias e profundas do Atlântico Norte, precisa ser importado por países com clima quente – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

A Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura), também estimou um aumento de 10% a 13% nas vendas de tilápia durante o período da quaresma, espécie que representa 60% da produção de peixes do país.

Segundo o empresário Douglas Vendramini, 31, proprietário da Pantanal Pescados, que mantém uma peixaria no Jardim São Roque, em Santa Bárbara, as vendas surpreenderam positivamente.

“Está vendendo muito bem, percebi um aumento de 25%. O bacalhau está mais caro por causa do dólar. Apesar do aumento do preço, está vendendo bem, principalmente o lombo. Em seguida vem a merluza, que sai muito bem também e é uma boa substituta ao bacalhau.”

Duas peixarias, no entanto, relataram queda de até 50% nas vendas, além de problemas com estoque, visto que muitos fornecedores ficaram apreensivos com uma possível diminuição no comércio por conta da pandemia de Covid-19.

João Paulo Santarosa Junior, de 49 anos, que é dono de uma peixaria no Jardim Ipiranga, em Americana, percebeu uma baixa de cerca de 15% nas vendas da Páscoa.

“Está abaixo da expectativa e pior que o ano passado. O bacalhau, o salmão, o cação, todos os produtos aumentaram, alguns mais do que os outros. Os preços subiram demais e o faturamento é praticamente o mesmo”, afirmou.

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