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Epidemia

Com 3ª morte, Americana tem ano com maior mortalidade por dengue

Circulação do vírus tipo 2 e reincidência da doença podem explicar letalidade em 2019, segundo médico infectologista Hospital Municipal de Americana

Por Marina Zanaki

20 de julho de 2019, às 08h39

A Vigilância Epidemiológica de Americana confirmou nesta sexta-feira que a morte do aposentado Antonio Venancio, que tinha 82 anos e morava na Vila Dainese, foi provocada por dengue. Com isso, o município chega a três mortes pela doença, todas provocadas pelo tipo 2.

O município também atualizou o número de casos para 4.554 e informou que não há mais notificações de suspeita. Com a terceira morte, 2019 se torna o ano com epidemia com maior mortalidade já registrado na cidade, proporcionalmente.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Nebulização é uma das medidas que foram usadas pela prefeitura em Americana para combater mosquito da dengue

Em 2014, ano com mais casos de dengue (9.035 positivos), uma mulher de 48 anos morreu em decorrência da doença. No ano seguinte, foram menos casos (7.388), mas a mortalidade aumentou – três homens de 50, 36 e 91 anos foram vítimas.

De acordo com o infectologista Arnaldo Gouveia Junior, do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, isso pode ter ocorrido porque muitas pessoas tiveram complicações ao pegar dengue pela segunda vez.
Para Gouveia, a circulação do vírus 2 da dengue, que pode provocar mais complicações, e o fato de pacientes terem contraído a doença pela segunda ou terceira vez podem explicar a alta taxa de mortalidade em 2019.

O cenário para os próximos anos com epidemia da doença é preocupante. “Vamos ficar com um perfil mais parecido do que acontecia em países como o Vietnã, Malásia, Cuba e países da América Central. A gente olhava e falava ‘a mortalidade lá é maior do que aqui’. Falavam que aqui a gente cuida melhor, mas simplesmente eles estavam tendo dengue há mais tempo”, alertou o profissional.

MORTES

O aposentado Antonio Venancio ficou internado em um hospital particular para tratar da dengue. Ele chegou a receber alta, mas seu estado piorou e ele procurou novamente a unidade de saúde.

O aposentado também contraiu pneumonia, agravando seu quadro. Ele foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas não resistiu e morreu na manhã do dia 14 de maio.

As outras pessoas que morreram pela doença na cidade foram um idoso de 79 anos, que morava na Vila Santa Maria e morreu no dia 1° de maio, e uma mulher de 48 anos, do bairro São Roque, que morreu no dia 25 de abril.

Além desses casos, houve ainda uma morte por dengue em Santa Bárbara d’Oeste e outra em Hortolândia. As vítimas eram, respectivamente, uma mulher de 74 anos e uma adolescente de 15 anos. Todas as outras mortes com suspeita de dengue notificadas na região foram descartadas.

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