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Covid-19

Clínicas particulares da região aguardam por vacina indiana

Covaxin tem importação de cinco milhões de doses negociada por associação e é expectativa para a imunização no setor privado

Por Marina Zanaki

10 de janeiro de 2021, às 08h23

O anúncio de que a ABCVAC (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas) está negociando a compra e importação de 5 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, aprovada para uso emergencial na Índia, gerou expectativas nas clínicas particulares da região, interessadas no imunizante.

A iniciativa da associação gerou críticas de setores diversos da sociedade, que apontam que a prática teria o efeito de privilegiar quem tem condições de pagar pelo imunizante, em detrimento do acesso com base no critério de grupos mais vulneráveis à doença.

Além disso, outra crítica é que essas vacinas pleiteadas poderiam ser compradas pelo sistema público e distribuídas gratuitamente à população.

Clínicas ouvidas pela reportagem argumentam que a disponibilidade de doses na rede privada ajudaria no controle da pandemia, sendo uma “aliada” ao SUS e não uma concorrente. Como efeito, mais pessoas seriam vacinadas, colaborando com o efeito de imunização por rebanho.

Uma das principais dúvidas é se haverá um público prioritário para as doses na rede particular. A enfermeira Franciele dos Santos, da clínica Vacinar, de Americana, pondera que talvez haja recomendação para priorizar os mais vulneráveis.

“Pode ser que a gente tenha que seguir o plano de imunização, justamente por estarmos numa pandemia, com os grupos prioritários, mas também não sabemos porque tudo ainda é muito vago”, disse a profissional.

Proprietária de clínica, Rose Picasso diz que vacinação particular pode ser complemento ao SUS – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

Proprietária e enfermeira responsável da Ciame, de Americana, Rose Picasso tem acompanhado as notícias e torce para que a vacina seja uma aliada no controle da pandemia.

“O caminho é colaborar com o SUS, não é tomar lugar do SUS, que também está comprando a parte dele, assim como faz com a vacina da gripe: o SUS foca no grupo de risco, os mais idosos e os que mais precisam, e o meio da população acaba ficando sem”, indicou a profissional.

Ela pondera que tudo ainda está muito incerto e depende de diversas etapas, como negociação das doses, aprovação pela Anvisa e a própria decisão do governo brasileiro.

“Enquanto o governo não manifestar o quanto e onde vai comprar, não ficar em cima do muro, a gente fica meio perdido”, argumentou.

Proprietária e responsável técnica da Imuni Clinic, rede com unidade em Hortolândia, Juliana de Almeida Coco destacou que o intuito é auxiliar no controle da pandemia da Covid-19.

“Pessoas de diversas idades ligam todos os dias para saber se teremos vacina do coronavírus. Uma margem um pouco maior nos jovens, que perguntam para os pais e filhos, e querem saber se vai contemplar criança. Mas uma observação importante é que imaginamos que criança vá ficar para uma segunda fase, contemplada em 2022, porque não temos nenhum teste em crianças até agora”, lembrou a profissional.

Covaxin – Foto: Divulgação

Como a vacina Covaxin é produzida?
A tecnologia por trás da vacina tem como base o coronavírus inativado, incapaz de se reproduzir e, portanto, de causar a doença. O sistema imunológico, ao detectar a presença do vírus, desencadeia a produção de anticorpos e protege o indivíduo contra a doença.

A vacina é segura?
Nenhum evento adverso grave relacionado à vacina foi registrado entre os participantes das fases 1 e 2 de estudos clínicos da Covaxin. Os pesquisadores concluem que o perfil de segurança da vacina é “tolerável”.

A Covaxin é capaz de gerar resposta imune?
A BBV152 (nome técnico da vacina) produziu altos níveis de anticorpos neutralizantes que continuaram elevados nos três meses após a aplicação da segunda dose.

Qual é a eficácia da Covaxin?
A farmacêutica ainda não divulgou os dados de eficácia da vacina

Em que fase estão os estudos clínicos?
Cerca de 23 mil voluntários fazem parte da última fase de testes, que determinam a eficácia.

Com informações da Agência Estado

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