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Boas Histórias

Casal de Americana deixa vida na cidade para viver em veleiro

Bruno Frizzarin e Meriele Rocha vivem na costa do País e organizam passeios na própria embarcação para conseguirem se manter

Por Leonardo Oliveira

08 de janeiro de 2020, às 09h32 • Última atualização em 08 de janeiro de 2020, às 18h41

Há mais de um ano, o americanense Bruno Frizzarin e a paranaense Meriele Rocha decidiram deixar a rotina na cidade para trás na busca pela convivência mais íntima com a natureza. Hoje, o casal faz de um veleiro Gitan, 29 pés, sua casa e meio de vida. Os desafios do mar agitado dão o tom para a nova forma de encarar a realidade.

Bruno é engenheiro florestal e Meriele possui graduação em psicologia. Ambos largaram seus empregos, venderam a casa onde moravam em Americana e a maior parte dos bens para uma mudança brusca no modo de sobrevivência. Desde então, moram no veleiro e nele não colocam limites para onde podem ir.

Foto: Divulgação
Meriele Rocha e Bruno Frizzarin a bordo do veleiro Gitan, 29 pés

A última aventura foi também a mais complicada – eles voltaram recentemente do Nordeste, onde navegaram pelo litoral baiano junto com outros três barcos de amigos. Lá, conheceram novos lugares, culturas e superaram a insegurança de um trajeto mais longo que o de costume.

“Sempre batia uma insegurança. A gente foi para lugares maravilhosos. Mergulhar com arraia, tartaruga, diferentes espécies de peixes. Velejamos desviando de baleias, que foi a época que elas subiam para acasalar. Foi incrível, muito emocionante”, conta Meriele.

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A ideia de mudar de vida foi amadurecida ao longo dos anos. O casal sempre foi adepto da natureza, e a maneira que encontravam para manter a proximidade com ela era através de trilhas e pedaladas. Em 2015, eles participaram de um curso de vela e optaram pela compra de um barco.

Depois de dois anos e percursos pelo Litoral Norte de São Paulo, adquiriram um novo veleiro, maior e mais moderno, o mesmo Gitan, 29 pés, que possuem hoje. “A gente tinha uma vida boa, mas não dava tempo pra gente fazer aquilo que a gente realmente gostava. E fomos pensando em como a poderíamos transformar essas coisas que gostávamos em trabalho”, relata Bruno.

O primeiro passo para tornar a navegação um meio de vida era a reforma do novo veleiro. Os reparos necessários foram feitos pelo próprio casal. Elétrica, hidráulica, marcenaria, pintura, tudo isso providenciado por eles, com a ajuda de outros velejadores do litoral do Estado.

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Depois de cinco meses, colocaram a embarcação novamente na água e se mudaram para a estrutura. O veleiro tem banheiro, pia, fogão com forno e duas camas de casal e duas de solteiro. As duas camas extras se tornaram fonte de renda, com a locação de pernoite para os turistas da costa brasileira.

Atualmente a dupla está em Paraty (RJ), onde ganha dinheiro com a organização de passeios no barco. “Essa ideia é bastante difundida em outros países. A gente abre a porta da nossa casa para outras pessoas virem passear com a gente”, conta o engenheiro florestal.

Para o futuro, o casal, que está junto há 14 anos, nem pensa em fincar raízes na cidade. O objetivo é conhecer mais lugares do Nordeste. “Você vai vendo que, ao mesmo tempo que tem menos estrutura para receber o barco, tem menos movimento, mais cultura popular, mais gente simples, gente que dá bom dia na rua, mais lenda, mais Brasil de antigamente e a gente quer muito conhecer isso mais a fundo”, adianta Bruno.

“Além de a gente estar em um lugar novo, mudando nossa casa de lugar, com paisagens novas e conhecendo muitas pessoas novas e legais, a gente também tem essa possibilidade de uma vida mais tranquila, mais simples, e de contato com a natureza, com a gente mesmo”, finaliza Meriele ao LIBERAL.

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