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Nascimento

Casal acusa enfermeira de racismo em hospital de Americana

Caso foi levado ao MP, que pediu instauração de inquérito para apurar conduta de profissional

Por Ana Carolina Leal

07 de maio de 2022, às 08h19 • Última atualização em 07 de maio de 2022, às 11h15

Um casal que contratou os serviços do Hospital São Francisco, em Americana, para o nascimento da filha, em março último, acusa uma auxiliar de enfermagem de racismo. Após um pedido dos advogados da família feito ao MP (Ministério Público), a Polícia Civil do município instaurou inquérito para apurar o caso.

Gustavo Augusto Rodrigues, 27, profissional de marketing, disse em entrevista ao LIBERAL que a filha nasceu em 8 de janeiro. No mesmo dia, ele foi até a sala de atendimento do hospital, onde a menina recebia alguns cuidados, quando uma das enfermeiras teria dito: “Olha o papai aí”.

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Neste momento, de acordo com relato de Gustavo, a auxiliar de enfermagem Franciele Suelen Borges, olhou para trás e disse para ele: “Nossa, mas ela é tão clarinha e você não é branco”.

Gustavo, então, pediu para falar com a enfermeira superior, que tentou amenizar a situação. Franciele teria ouvido a conversa e tentado se justificar. “Na tentativa de se justificar, ela começou a falar cada vez mais besteira”, disse.

Depois disso, a auxiliar levou a filha do casal para ser amamentada e ao entregar a menina para a mãe, a dona de casa Daiane da Silva Rodrigues, 24, disse: “Vamos tomar um leite de chocolate”, em alusão à cor da pele da vítima.

“Entendi que a situação era grave, comuniquei à superior dela e nada foi feito. Resolvi, então, registrar ocorrência e reclamar por escrito no hospital. Como nenhuma providência foi tomada, procurei um advogado para iniciar uma investigação”, explica Gustavo.

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No pedido enviado ao MP, o advogado da família, William Oliveira, afirma que as condutas praticadas por Franciele configuram crimes de injúria racial. “Ela ofendeu a dignidade e o decoro do casal, utilizando-se de elementos referentes a cor, questionando a paternidade e falando em leite com chocolate”, diz.

O LIBERAL questionou o Hospital São Francisco sobre o ocorrido, mas a unidade de saúde não se manifestou. A auxiliar de enfermagem foi contatada pela reportagem por meio de mensagem, disse que estava à disposição para conversar, mas depois não deu mais retorno.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) foi questionada sobre o caso, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.

“Tínhamos acabado de ter uma filha, era um momento feliz e jamais imaginaríamos ter que passar por uma situação assim”, lamenta Gustavo sobre o caso.

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