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Melanoma

Campanha online em busca de uma sobrevida

Companheira de vendedor de Hortolândia cria vaquinha para custear tratamento

Por Leonardo Oliveira

10 de novembro de 2019, às 08h33 • Última atualização em 10 de novembro de 2019, às 09h51

Diagnosticado com melanoma no início deste ano, o vendedor Lucas Corazzari, de 26 anos, trava uma batalha para sobreviver. O morador de Hortolândia está internado no Hospital Centro Médico de Campinas desde o mês passado e busca, através de uma vaquinha virtual, o dinheiro necessário para bancar o tratamento.

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A ideia de angariar recursos por meio de uma plataforma online veio da companheira do paciente, a desempregada Ketelin Gabrielly de Oliveira, de 19 anos. A vaquinha foi criada dia 23 de outubro e havia arrecadado R$ 3.550 até a tarde de sexta-feira. O objetivo é chegar a R$ 300 mil para custear todas as despesas.

Foto: Divulgação
Lucas: marca de nascença o levou à doença

“O médico falou pra gente que não tem mais o que fazer, que o Lucas pode morrer a qualquer momento. Em menos de um ano a doença chegou praticamente em todo o corpo dele. Eu sou uma pessoa curiosa, aí eu vi na Internet que realmente não tem uma cura, mas, pelo menos, existe uma forma de tratamento que prolonga a vida dele”, disse Ketelin ao LIBERAL.

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Por enquanto o tratamento é custeado pelo hospital, mas a família se prepara para quando o vendedor tiver alta e precisar dos cuidados médicos em casa. Cadeira de rodas, cadeira de banho, cama hospitalar e remédios estão entre os itens que serão necessários na rotina do rapaz. Além disso, a casa onde ele mora terá de ser adaptada para facilitar a locomoção.

DESCOBERTA

Uma marca de nascença fez com que Lucas descobrisse a doença no início deste ano. A marca foi cutucada, virou um machucado e foi crescendo até ficar do tamanho de uma laranja, segundo Ketelin. Ele operou o hematoma e na biópsia foi constatado que se tratava de um melanoma maligno.

Outros exames trouxeram outras notícias ruins. A doença havia se espalhado a outras partes do corpo. Depois de passar por nova cirurgia, desta vez na axila, ele começou a sentir dores, que se intensificaram depois da radioterapia. Há cerca de um mês foi internado no Hospital Metropolitano, de Campinas, e transferido ao Centro Médico duas semanas depois.

“Tinha vários ossos da coluna dele fraturados porque a doença já chegou nos ossos, e está quebrando eles com muita facilidade. Por conta disso ele estava sentindo tantas dores”, explica.

Hoje, Lucas segue internado no hospital campineiro à base de medicamentos na tentativa de deixá-lo mais confortável, distante das dores. Nos últimos três meses ele não pôde exercer sua profissão, o que tem complicado a rotina da família, que conta com doações de amigos e parentes para bancar as despesas de casa.

Como ajudar

Contribuindo com qualquer valor na vaquinha online
Link: https://bit.ly/2PyQVQf

Doença rara e com evolução rápida

O melanoma é uma doença rara, que corresponde a 5% dos tumores da pele. É mais comum entre os 30 e 60 anos e geralmente atinge pessoas com peles e cabelos claros, que ficam vermelhas quando são expostas ao sol, segundo a chefe da disciplina de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Renata Magalhães.

São tumores agressivos, que se aprofundam pelas camadas da pele e podem se proliferar para outros órgãos, como pulmão, cérebro, fígado e osso, além dos linfonodos. Pessoas com muitas pintas e com histórico de queimaduras solares intensas e agudas na infância são mais propensas à doença.

“O melanoma pode aparecer de uma pinta antiga ou numa pele sem nenhuma lesão prévia. Apresenta-se como uma lesão acastanhada ou enegrecida assimétrica, bordas irregulares, vários tons de cores. Deve chamar a atenção a pinta que cresce rápido, que coça, sangra, muda de características”, disse a médica.

No caso do melanoma avançado, que é o caso de Lucas, as opções são tratamentos com terapia alvo ou imunoterapia, que agem no tumor ou no sistema imunológico para se defender do tumor. Há estudos com novas medicações para melhorar a eficácia do tratamento, mas eles são de alto custo e não disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde).

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