VEREADOR DE AMERICANA
Câmara descarta enviar caso ao Conselho de Ética e diz que vai esperar investigação sobre Juninho
Presidente da Casa, Brochi afirmou que não há algo concreto sobre o que aconteceu e por isso vai se manter neutro quanto ao caso
Por Gabriel Pitor
04 de setembro de 2024, às 07h32
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/camara-descarta-enviar-caso-ao-conselho-de-etica-e-diz-que-vai-esperar-investigacao-sobre-juninho-2246535/
O presidente da Câmara de Americana, Thiago Brochi (PL), disse nesta terça-feira (3) que vai esperar a investigação e adotou um tom de cautela sobre o caso do vereador Juninho Dias (PSD), que se envolveu em uma confusão na noite da última quinta-feira (29), no Jardim da Mata, em Americana. Segundo Brochi, por ora está descartado levar a situação ao Conselho de Ética da Casa.
Durante o desentendimento, Juninho chegou a fazer disparos com arma de fogo sob a alegação de que estava defendendo o pai de uma agressão.
O parlamentar é investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), que assumiu a ocorrência, por tentativa de homicídio, lesão corporal, associação criminosa e peculato.
Os crimes de associação criminosa e peculato estão sendo apurados após buscas dos policiais na casa do vereador, onde foram apreendidos armas, munições, veículos e registros de transações financeiras de grande volume.
Ao LIBERAL, Brochi destacou que Juninho tem direito à defesa e que, por enquanto, não há algo concreto sobre o que aconteceu. Por isso, é necessário aguardar o andamento da investigação, com provas e dados, antes de enviar uma representação ao Conselho de Ética.
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“Fiquei sabendo do caso como todo americanense e toda a região, porque teve uma exposição muito grande na mídia. Mas como está tudo em sigilo, eu não posso fazer agora qualquer tipo de ação. Neste momento, como presidente, vou me manter neutro, em sigilo, ouvindo o que vem da Justiça para a câmara. Se eu fizer qualquer manifestação agora, posso cometer um erro muito grande”, afirmou Brochi.
“Está todo mundo com muita cautela sobre esse assunto. No fundo, as pessoas podem pensar que o presidente [da câmara] ou algum vereador pode fazer alguma coisa. Nós não podemos, neste momento, fazer nada. Ele está eleito e ocupando uma cadeira de extrema importância”, completou.
Representação
O presidente do Legislativo americanense ainda contou que não recebeu qualquer representação sobre o caso.
O mesmo foi dito pelo presidente do Conselho de Ética, o vereador Lucas Leoncine (PSD), que lembrou que o grupo funciona por demanda, ou seja, como não chegou um pedido de verificação, não há motivo para o conselho apurar.
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“Por parte da Justiça ou entre os próprios vereadores, não deve vir nada para o conselho neste momento, porque está no começo, o caso ainda vai ser investigado”, ponderou.
Além da tentativa de homicídio, a delegacia especializada deverá apurar se há irregularidades envolvendo o patrimônio do vereador e crimes como peculato ou lavagem de dinheiro.
“As diligências correrão normalmente através de inquérito policial e, como algumas delas eu dependo de autorização judicial, pode ser que se realizem ou não”, comentou o delegado Filipe Rodrigues de Carvalho, da DIG.
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Advogados que representam Juninho também se manifestaram sobre o pedido de prisão no processo que tramita na Vara do Júri. Eles voltaram a ressaltar que o vereador fez os disparos para defender o pai, que se envolveu na confusão.
Segundo a defesa, Juninho tem registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) e estava em um clube de tiro antes de ir até o local onde foram feitos os disparos. Os tiros, admitidos por Juninho, teriam sido dados para o alto. Já a vítima afirmou que disparos foram feitos em direção a ela.
Briga e tiros
A confusão ocorreu por volta de 18h30, na Rua dos Pinhais, próximo ao ecoponto do Jardim da Mata. Segundo o LIBERAL apurou, pessoas que faziam campanha para Juninho – que foi o candidato mais votado das eleições de 2020 e disputa a reeleição – não teriam gostado de uma fala feita por um homem no local. Teve início, então, uma briga entre os envolvidos – um deles, o pai do vereador, que é idoso.
Em meio à confusão, Juninho chegou ao local em um carro branco, desceu do veículo, se envolveu na briga e fez disparos. Depois, ele deixou o endereço. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento do disparo.
O LIBERAL esteve no local após o ocorrido e chegou a ouvir os homens que teriam hostilizado e se envolvido na confusão com a equipe de Juninho. Um deles afirmou que disse que “a maioria dos vereadores é pilantra”, o que deu início à confusão.
Em versões apuradas pela reportagem também há informação de que Juninho teria feitos os disparos e dado golpes com coronhadas nos homens. Em outra versão, Juninho teria feito apenas os disparos.