Em Americana
Cães e gatos ganham lar após trabalho da Animais Têm Voz
ONG encontra casa para aqueles que sofreram maus-tratos e abandono, mas voluntário é o maior problema; veja a galeria de fotos nos animais para adoção
Por Marina Zanaki
08 de dezembro de 2019, às 08h51 • Última atualização em 08 de dezembro de 2019, às 10h39
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/caes-e-gatos-ganham-lar-apos-trabalho-da-animais-tem-voz-1117621/
A ONG (Organização Não-Governamental) Animais Têm Voz realiza, desde 2011, um “ciclo de amor” ao resgatar animais e encaminhá-los para novos lares. Desde quando começou a atuar em Americana e região, a entidade já “ouviu” 800 animais por meio de resgates e castrações.
O resgate do gato Niko foi em um sábado chuvoso, há cerca de um ano. A atendente Larissa Baraldi de Vicentim, de 23 anos, acompanhou o trabalho da ONG e contou que o animal estava com a mandíbula quebrada após ter levado um chute. Niko estava em uma galeria.
Larissa estava apenas ajudando na ação, mas acabou se apaixonando pelo gato e o adotou. “Ele precisou de um cuidado especial, porque não aprendeu a confiar no ser humano. Ele demorou duas semanas para começar a confiar. Ficava perto de mim, quieto e deitado, só quando todo mundo ia dormir ele ia pela casa comer, usar a caixa de areia”, lembra a atendente.
A cachorra Ana Catarina foi resgatada de dentro de um saco de lixo em maio deste ano. A ONG divulgou o caso e a fotógrafa Rosany Postale, de 31 anos, se sensibilizou com a situação.
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“O dia que ela chegou ainda estava debilitada, o olhinho ainda com problema e em tratamento pelos maus cuidados que sofreu. A Ana nos ensinou o que é o poder do amor, força de viver dela foi incrível”, declarou a fotógrafa.
A única preocupação era como a nova moradora da casa ia se relacionar com Judith, a outra cachorra que Rosany cuida – ela foi encontrada há dois anos em um posto amarrada em uma mesa.
“De início a Judith deu uma estranhada, mas logo as duas começaram a se entender e hoje são as melhores irmãs que existe, muito companheiras”, recorda Rosany.
A repositora Alba Cristina Freitas Medice, de 32 anos, de Santa Bárbara d’Oeste, enxerga nos olhos de Chiquinho alguns traumas que ela mesma viveu. Ambos foram abandonados – ela pelos pais na infância; ele pelos cuidadores. Com dores parecidas, os dois se consolam.
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“A gente tem esse ponto comum. Eu quando deito ele vem direitinho pôr a cabeça no meu ombro, e eu tinha essa mania quando minha mãe ainda cuidava de mim de colocar a cabeça nesse lugar e sentir o cheiro dela”, recorda.
A ONG cuida de oito cachorros e quatro gatos que estão saudáveis e podem ser adotados. Tesoureira da organização, Roberta Dias disse que uma das maiores demandas da organização é por voluntários para passear, dar carinho, cuidar e medicar os animais resgatados.
“O trabalho voluntário por si já enobrece a alma, mas o trabalho voluntário com animais é fora do normal”, disse. O contato da ONG é 99286-4517.