NEGOCIAÇÃO
Cade aprova venda do São Lucas ao grupo Notre Dame
Órgão considerou que negociação de empresa de Americana com grupo sediado em São Paulo não tem restrições; aval ainda depende da ANS
Por João Colosalle
20 de novembro de 2019, às 23h42 • Última atualização em 21 de novembro de 2019, às 18h21
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/americana/cade-aprova-venda-do-sao-lucas-1109179/
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou na tarde desta quarta-feira (20) a venda do Grupo São Lucas Saúde, de Americana, para a Notre Dame Intermédica, com sede em São Paulo.
O acordo entre as duas empresas, que operam planos de saúde, já havia sido anunciado no início de outubro. A negociação foi avaliada em R$ 312 milhões e, para ser concluída, ainda depende de aval da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Uma das atribuições do Cade é justamente identificar se a fusão de empresas em um mesmo setor de mercado pode ser um risco para a livre concorrência. Em parecer juntado ao processo da venda na tarde desta quarta, o superintendente do órgão, Alexandre Cordeiro Macedo, aprovou a negociação sem restrições.
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Ele ressaltou que a Intermédica tem apenas 596 beneficiários em Americana, o que equivale a 0,49% de participação no mercado de planos de saúde. Com isso, seria “pouco provável” que a compra do Grupo São Lucas pudesse promover um “fechamento de mercado aos hospitais”.
“Destaca-se que o pouco acréscimo de beneficiários ao Grupo São Lucas (detidos pela Intermédica) pouco poderia afetar a capacidade para tal player fechar o mercado de planos para hospitais, assim como para o Hospital São Lucas fechar o mercado de hospitais para planos de saúde de terceiros”, concluiu o superintendente.
O São Lucas conta com 90 mil beneficiários e detém o controle de outras duas entidades: a São Lucas Serviços Médicos, que oferece atendimento em três centros clínicos, e a Clínica São Lucas, que opera o hospital localizado na Avenida Brasil, em Americana. Em 2018, o faturamento líquido do grupo foi de R$ 229 milhões.
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Em comunicado divulgado na época do anúncio, o diretor-presidente do São Lucas, o médico Rodney Sillmann, afirmou que a incorporação permitirá ao grupo “manter o crescimento e ampliação dos serviços entregues com implantações de novas tecnologias, alta complexidade, novos produtos e um hospital cada dia melhor”.
Em entrevista ao LIBERAL, Sillmann garantiu que todos os convênios serão mantidos e adiantou que a incorporação viabilizará a construção de um pronto-socorro infantil anexo ao hospital e dois novos prontos-socorros em Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré.
A Intermédica, que existe desde 1968, tem unidades, além da capital, em Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Santos e Rio de Janeiro (RJ). São 4,9 milhões de beneficiários com atendimento em 21 hospitais, 20 prontos-socorros autônomos, 10 unidades de medicina preventiva e 75 centros clínicos.