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Boas Histórias

Futebol no Jardim Alvorada tira crianças da rua

Ao conciliar a rotina de tecelão com os momentos de folga, Carlos André de Souza cria escolinha de futebol para tirar crianças da rua no Jd. Alvorada

Por Leonardo Oliveira

30 de outubro de 2019, às 10h58 • Última atualização em 30 de outubro de 2019, às 11h03

Veja o vídeo!

Duas vezes por semana, o tecelão Carlos André de Souza, de 49 anos, mais conhecido como Toquinho, dedica parte do seu dia para dar aulas de futebol a crianças e jovens entre 7 e 17 anos de idade no Jardim Alvorada, em Americana. Ele não recebe nada por isso e concilia a rotina de treinos com o trabalho em uma indústria têxtil.

Foto: Leonardo Oliveira / O Liberal
Projeto Unidos do Alvorada conta com três categorias: sub-11, sub-13 e sub-15; eles treinam às terças e quintas-feiras em períodos alternados

Cerca de 100 crianças fazem parte da escolinha Unidos do Alvorada, criada pelo tecelão. Eles utilizam o campo do bairro para a prática do esporte sempre às terças e quintas-feiras e contam com a supervisão de Toquinho, nome conhecido no futebol amador americanense.

O lateral-direito campeão da várzea por Grêmio Alvorada e Faixa Preta não atua nos campos da cidade com a mesma frequência de duas décadas atrás, mas ainda assim marca presença nos torneios de veteranos. Neste ano, ele decidiu fazer algo pelo bairro que o acolhe há quatro décadas.

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“Aqui no bairro as crianças não tinham um lazer. Você sabe como o mundo está hoje, criança na rua só aprende coisa que não presta. Aí resolvi fazer isso para movimentar esse bairro. O campo estava parado, abandonado, aí começamos, com a ajuda dos pais, a fazer isso aqui”, relatou ao LIBERAL.

Ele procurou a Secretaria de Esportes de Americana e conseguiu permissão para o uso do campo municipal do bairro. Depois disso, angariou os primeiros alunos e começou os treinos duas vezes por semana.
O desafio foi conciliar a rotina, já que ele cumpre oito horas por dia de trabalho em uma indústria têxtil da cidade.

Foto: Leonardo Oliveira / O Liberal
Carlos André de Souza, o Toquinho

A cada semana o tecelão trabalha em um horário diferente, por isso as atividades na escolinha variam entre o período da manhã e o da tarde. Quando não pode em algum dos turnos, conta com a ajuda do pai de um dos alunos, que assume o treino.

“Eu não ganho nada. Desde o começo eu falei que não quero cobrar nada de ninguém. Isso aqui é nosso, é deles. O melhor mesmo é tirar eles da rua. Quando vai entrar em um campeonato eu peço ajuda para pagar os árbitros, quem puder ajudar com R$ 5, R$ 10”, acrescenta.

Toquinho muitas vezes tira do próprio bolso para viabilizar a estrutura necessária para os treinos. Recentemente, incluiu perfumes que possuía em uma rifa realizada para bancar a arbitragem de um torneio.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

Uma farmácia contribui com remédios e o dono de um mercado fornece pães para as crianças se alimentarem.
O Unidos do Alvorada conta com três categorias: sub-11, sub-13 e sub-15. O tecelão espera que patrocinadores e empresários se interessem pelo projeto para melhorar as condições da escolinha. É possível ajudar com doações de alimentos e materiais esportivos. Para isso, bate entrar em contato de Toquinho no (19) 98208-3088.

Doações de materiais esportivos e alimentos são bem-vindos, diz Toquinho. “Conheço todo mundo, é como se fossem meus filhos. A minha alegria vai ser ficar sabendo que algum deles foi para algum time. Acho que vai acontecer logo porque tem muitos aqui que são bons de bola”, aposta o técnico dos garotos.

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