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Covid-19

Aumento de casos em Americana era esperado após aglomerações, diz infectologista

Comitê de Crise do Coronavírus já previa crescimento de notificações da Covid-19 por população ter feito churrasco e reuniões no feriado antecipado

Por Marina Zanaki

04 de junho de 2020, às 08h49 • Última atualização em 04 de junho de 2020, às 15h11

O aumento de casos do novo coronavírus (Covid-19) nesta semana era esperado em Americana, principalmente em função de aglomerações realizadas no último dia 25.

A avaliação é do médico infectologista Arnaldo Gouveia Junior, que faz parte do Comitê de Crise do Coronavírus da cidade. Americana possui, atualmente, 136 casos confirmados da doença.

O especialista argumentou que o feriado da Revolução Constitucionalista, adiantado para o dia 25 de maio, foi utilizado por muitas pessoas para promover aglomerações em vez do isolamento social, que era o principal objetivo de se antecipar o feriado.

“Esperava mais casos para essa semana, pensando no período de incubação da doença, de cinco dias, e mais alguns para manifestar sintomas. No feriado de segunda-feira, teve churrasco, chácaras, e oportunidade de circular o vírus”, afirmou o infectologista.

“Aqui em Americana a tendência é ter um número estável de casos com alguns repiques, principalmente quando ocorrem aquelas pequenas transgressões muito difíceis de evitar – churrascos, festas de aniversário e outras festas que tenham ocorrido de maneira semiclandestina”, disse Gouveia.

O LIBERAL apurou que um motorista da empresa Ouro Verde foi internado em Americana há duas semanas com coronavírus após ter participado de um churrasco. Nesse mesmo evento, houve outros casos positivos.

Segundo a empresa, ele já estava afastado quando participou do evento, que era particular, já que os funcionários estão trabalhando 15 dias e ficando outros 15 afastados em casa.

Gouveia explicou que os casos decorrentes desse surto já receberam alta, mas que um dos pacientes ainda está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital privado.

Podcast Além da Capa
O novo coronavírus representa um desafio para a estrutura de saúde de Americana, assim como outros municípios da RPT (Região do Polo Têxtil), mas não é o primeiro a ser encarado. H1N1, dengue, malária, febre maculosa. Outras doenças também modificaram rotinas, exigiram cuidados além do trivial – ainda que não tenha havido quarentena, como agora – e servem de experiência para traçar paralelos com o atual cenário. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com a repórter Marina Zanaki, que assina uma série de reportagens sobre outras epidemias em Americana.

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