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Em Americana

Atendimento de idosos vítimas de violência ou negligência cresce 58%

Técnicos do Creas buscam restabelecer vínculos familiares, mas nem sempre isso é uma possibilidade

Por André Rossi

16 de julho de 2019, às 09h25 • Última atualização em 16 de julho de 2019, às 09h29

O número de atendimentos para idosos em casos de negligência ou abandono cresceu 58% de 2017 para 2018 no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de Americana. Os dados constam na edição de 2019 do Informativo Sócio-Econômico do município, que teve 2018 como ano-base.

De acordo com o Creas, os casos chegam até a unidade de três maneiras: por meio de demanda espontânea dos idosos; encaminhamento da Rede de Atendimento; ou a partir de processos do MP (Ministério Público).

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Casos levados à administração municipal são geridos pelo Creas

Em 2017, 19 idosos (10 homens e nove mulheres) buscaram ajuda no Creas. No ano seguinte, o número subiu para 30 (18 homens e 12 mulheres).

A partir do momento que a equipe técnica toma conhecimento do caso, o Creas trabalha no restabelecimento de vínculos com a família para tentar resolver o problema. Alguns casos são encaminhados ao Centro Dia para Idosos, que desenvolve um trabalho mais intensivo.

“Em último caso, quando a situação persiste e há rompimento de vínculos familiares em que a pessoa idosa precise de proteção social e cuidado, é realizado o acolhimento institucional e o Ministério Público é acionado, se já não estiver com processo em curso, para responsabilização da família, se for o caso”, informou o Creas.

Marcas

Um dos casos atendidos recentemente envolvia um idoso em depressão, com problemas familiares e que cogitava o suicídio. O centro deu suporte para o homem e procurou a família dele, que assumiu a responsabilidade e se dispôs a “reaver esses vínculos”. A situação foi resolvida e o homem voltou a morar com os familiares.

Entretanto, nem sempre é possível restabelecer os vínculos entre os idosos e seus parentes. Um dos casos, por exemplo, envolvia um idoso que havia abandonado a filha durante a infância.

Apesar da atuação do Creas, a mulher não teve condições de lidar com a situação, ou seja, conciliar o abandono sofrido no passado e agora cuidar do pai idoso. A alternativa foi o acolhimento do homem em um abrigo.

A Prefeitura de Americana possui termo de colaboração com duas entidades para receber os idosos: o Lar dos Velhinhos São Vicente de Paulo e o Benaiah.

O secretário de Ação Social, Pastor Ailton Gonçalves Dias Filho, elogia a qualidade do atendimento prestado pelos abrigos, mas acredita que a alternativa não é a ideal.

“É uma situação triste porque a existência de abrigos hoje, a meu ver, mostra a deficiência que nós temos encontrado nas famílias brasileiras. O abrigo, por melhor que seja, e nós temos aqui bons abrigos, graças a Deus, não é o ideal. O ideal é que as famílias tivessem soluções e a visão de manter os seus idosos no ambiente familiar”, argumenta o secretário.

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