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Feminicídio

Assassino confesso de empresária vai a júri popular

Bruno César Bueno Bernava matou a ex-namorada sufocada em outubro de 2018, em Americana, e depois fugiu para Tupi Paulista, onde foi preso

Por André Rossi

10 de agosto de 2019, às 07h28

Assassino confesso da empresária Katia Keito Picioli Ferreira, de 40 anos, o ajudante de cozinha Bruno César Bueno Bernava, de 30, será submetido a júri popular. O crime aconteceu no dia 22 de outubro de 2018, em Americana, quando a vítima foi morta por estrangulamento.

A decisão de pronúncia é do dia 30 de julho e foi assinada pelo juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, da Vara do Júri de Americana. Ainda não há data para o julgamento. O ajudante de cozinha foi detido em outubro, em Tupi Paulista, e está preso preventivamente desde janeiro na Penitenciária de Tremembé.

Foto: Reprodução
Katia Keito Picioli Ferreira, de 40 anos, foi vítima do ex-namorado Bruno César Bueno Bernava, de 30

No dia 13 de fevereiro, Bruno apresentou um pedido de habeas corpus escrito à mão, de dentro do presídio, em uma folha de caderno escolar. O pedido foi negado pelo Poder Judiciário, que apontou que o homem era “leigo na técnica jurídica” e que era necessário indicar um defensor qualificado.

O caso

A investigação da Polícia Civil apontou que Katia foi morta entre a saída de seu filho para o trabalho, às 7h30, e a chegada da empregada, às 8h30.

A funcionária chegou ao imóvel, no Jardim Amélia, em Americana, e notou sinais de luta corporal, além de sangue no chão. O carro da vítima não estava na garagem, enquanto o automóvel de Bruno estava estacionado do outro lado da rua.

Os investigadores foram até a casa do suspeito. No local, o pai dele disse aos policiais que recebeu uma ligação do filho, na qual comunicou que havia matado sua ex-namorada e escondido o corpo em um canavial no final da Avenida Iacanga, no sentido Nova Odessa.

A PM (Polícia Militar) conseguiu detê-lo em um bloqueio na cidade de Dracena, no trevo de entrada do município de Tupi Paulista.

Versões

De acordo com relatório da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, durante “entrevista informal” no dia 24 de outubro, Bruno confessou com detalhes como cometeu o crime.
O homem foi até a casa de Katia e eles começaram a conversar no sofá. Ele exigia ver o celular dela e tentou pegar à força, mas ela não deixou.

Nesse momento Bruno teria atacado Katia e aplicado uma chave de braço até a mulher desmaiar. Depois de ver mensagens no aparelho que o desagradaram, ele deu “socos” na mulher, que estava desacordada.
Bruno a pegou pelos pulsos e a colocou no carro dela.

No caminho, Katia chegou a esboçar sinais de vida. “Então ele parou o veículo, pegou a toalha que ela usava na academia, passou em seu pescoço e amarrou lançando um nó e apertando até que a mesma não demonstrasse ter nenhum sinal vital”, traz trecho do inquérito policial.

Já durante interrogatório formal na Polícia Civil em 29 de novembro, Bruno César alegou que usou a toalha apenas para colocar a mulher no carro e não para estrangulá-la.

Disse também que pretendia levá-la até um hospital, mas desistiu durante o trajeto quando recebeu ligações da mãe e do irmão dela. Com isso, deixou o corpo à beira de uma estrada de terra, mas sem a intenção de ocultar o cadáver, “uma vez que qualquer pessoa que passasse pelo local poderia visualizá-lo”.

Advogado do réu fala em ‘casualidade’

O advogado de defesa do réu, Paulo Eduardo Paschoal Júnior, disse ao LIBERAL que o crime em questão foi uma “casualidade”. O profissional foi intimado pelo Estado a representar Bruno César no processo.

“Foi uma casualidade o que aconteceu. Homicídio é um crime que, infelizmente, qualquer pessoa está sujeita a cometer. Uma insanidade no calor de uma briga etc. É complicado”, disse Paulo.

Após o habeas corpus feito por seu cliente ser negado, o pedido formal de revogação da prisão preventiva do advogado também foi indeferido.

Na época ele ainda não havia tido contato com Bruno César, que resolveu tomar a iniciativa porque não tinha sido nomeado um representante para defendê-lo.

O advogado disse que vai aguardar a decisão do seu cliente “sobre eventual recurso de apelação” contra a decisão que o mandou para júri.

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