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Salto Grande

Área coberta por aguapés reduz 63% na Represa do Salto Grande

“Tapete verde” formado por plantas que podem indicar poluição desapareceu das águas em Americana

Por André Rossi / Rodrigo Alonso

12 de abril de 2020, às 07h58 • Última atualização em 13 de abril de 2020, às 08h40

A área ocupada por aguapés nas águas da Represa do Salto Grande, em Americana, teve uma redução de 63% entre março do ano passado e deste ano. Atualmente, as macrófitas ocupam 76 hectares do local. A presença da planta em grande quantidade pode indicar poluição nas águas.

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Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Trecho da represa na Praia dos Namorados, onde ainda se vê alguns aguapés

Em relação a agosto de 2018, quando a situação da represa, coberta por um “tapete verde”, ganhou repercussão entre as autoridades regionais, a redução da área ocupada pelos aguapés foi de 72%.

Atualmente, cerca de 7,5% da extensão da represa está coberta de verde. Há dois anos, a ocupação era de 24%.

O percentual atual é considerado ideal pela CPFL Renováveis, responsável pela área, que conseguiu cumprir o cronograma que havia estabelecido em 2019 de chegar a 80 hectares ocupados até o fim do primeiro semestre deste ano.

A companhia interrompeu a retirada mecânica durante boa parte de 2018 para fazer estudos, o que impulsionou a proliferação das plantas e gerou críticas do Ministério Público.

Os dados atualizados foram informados ao LIBERAL pelo secretário de Meio Ambiente de Americana, Odair Dias.

Desde a retomada da retirada mecânica, em dezembro de 2018, até março deste ano, foram 35.250 viagens de caminhão para remover os aguapés. O processo é feito continuamente pela CPFL, mas outros fatores também influenciaram no resultado.

“Nós estávamos tão habituados com o cenário negativo que quando chega algo próximo do ideal a gente estranha. Há décadas nós não víamos a represa da maneira que ela está. Agora, a permanência dela assim não é algo tão simples. As macrófitas têm uma proliferação muito maior no período da estiagem”, explicou Odair.

Diante deste cenário, a secretaria pretende realizar no meio do ano, entre julho e agosto, um processo que consiste em rebaixar o nível d’água da represa durante 15 dias para retirada de sedimentos, que contribuem para a proliferação das macrófitas.

Uma reunião com representantes da CPFL está agendada para o início da semana que vem para discutir os detalhes do procedimento.

“Com isso a gente faz a limpeza de sedimentos, de resíduos que ficam ancorados à margem. Óbvio que temos que deixar tudo isso muito bem organizado para que não haja prejuízo para municípios que fazem captação de água nela, no caso Sumaré”, disse Odair.

O assunto já foi discutido com o prefeito Omar Najar (MDB) e com representantes do grupo ambiental G6. Independentemente do procedimento, a retirada mecânica será mantida.

Já a liberação de aguapés da represa por meio da abertura da comporta de superfície não deve acontecer. O Ministério Público sempre foi contrário à ideia, mesmo com a autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

A redução da área tomada por macrófitas contou com o apoio da Associação Barco Escola da Natureza, que realiza a contenção das plantas.

“Foi um trabalho muito árduo. Porque, assim que eu assumi o trabalho de segurar esses aguapés [no final do ano passado], peguei justamente na época de temporais. Imagine trabalhar com cabo de alumínio, dentro d’água, caindo temporal e relâmpago para todo lado. Mas, graças a Deus, foi um sucesso”, afirmou João Carlos Pinto, presidente da entidade.

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