A empresa Estapar arrecadou R$ 2,2 milhões em 2019, primeiro ano de funcionamento da Área Azul Digital em Americana. O valor fica R$ 1,1 milhão abaixo do que teria sido obtido caso se confirmasse a previsão do edital de licitação preparado pela prefeitura, que projetou arrecadação de R$ 303,3 mil mensais já a partir do primeiro mês de funcionamento. O montante inclui apenas os pagamentos feitos pelos motoristas, não as multas aplicadas a quem para sem pagar.

Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG

As cobranças no estacionamento rotativo, que foi ampliado de 600 para 2.020 vagas após a terceirização, começaram em meados de janeiro do ano passado. No entanto, o pagamento se tornou obrigatório de fato em fevereiro de 2019 – contando a partir daí, se a projeção do edital tivesse sido atingida, teriam sido arrecadados R$ 3,3 milhões no ano.

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O máximo faturado pela empresa em um mês, porém, foi R$ 224,8 mil, valor obtido em outubro. A Estapar diz que a arrecadação está dentro da “previsão estabelecida”. A empresa não respondeu qual valor pretende atingir. A prefeitura foi questionada sobre a projeção e o valor faturado de fato, mas não se manifestou até a noite de ontem.

Do valor arrecadado, a empresa repassou R$ 114 mil à Utransv (Unidade de Transportes e Sistema Viário), para sinalização de trânsito, e R$ 809,5 mil à Gama (Guarda Municipal de Americana), conforme previsto na licitação.

Para o presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster, os números abaixo do previsto são reflexo da situação do País. “O maior problema que vejo hoje é o momento Brasil, que não é só em Americana, mas o conjunto total de uma economia em dificuldades”, considera.

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SEM AUMENTO. Um dos exemplos disso, segundo Armbruster, é que não houve aumento de consumo em comércios que ficam em regiões nas quais não existe Área Azul. Para ele, talvez o novo sistema tenha sido implantado no momento errado.

A Área Azul existe há décadas em Americana, mas era administrada pela prefeitura. O preço para estacionar (R$ 2,50 por uma hora para carros), alvo de muitas críticas, na verdade é o mesmo de antes. A diferença é que, com uma empresa administrando o estacionamento rotativo, a fiscalização apertou.

O próprio responsável pelo trânsito na cidade, Eraldo Camargo, diz que antes a “Gama fazia de conta que fiscalizava e o pessoal fazia de conta que pagava”. A reportagem não conseguiu contato com Eraldo.