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Covid-19

Após morte de agente do CDP, servidores de Americana reivindicam testes

Trabalhadores citaram diversos problemas nas medidas de segurança e temem ser contaminados pelo novo coronavírus

Por Marina Zanaki

25 de junho de 2020, às 11h14 • Última atualização em 25 de junho de 2020, às 16h16

Após a morte do agente penitenciário Vanderlei de Almeida, que trabalhava no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Americana, os servidores cobram a realização de testes entre os trabalhadores e detentos.

O LIBERAL conversou com dois agentes que pediram para não serem identificados.

Eles relataram que uma reunião foi feita com a diretoria do CDP nesta quarta para cobrar testes e identificar outros possíveis contaminados com coronavírus.

O medo é que estejam transmitindo entre os trabalhadores e população carcerária, dando início a um surto na unidade.

Apesar do risco, eles não foram informados de quando os testes devem ser realizados.

A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) deu início à testagem piloto no Estado na Penitenciária II de Sorocaba.

Contudo, ainda não há uma data para que os exames no CDP de Americana tenham início.

Na terça, a SAP informou que as próximas unidades serão definidas em planejamento considerando a existência de casos confirmados.

Além do agente que morreu na noite de segunda-feira, há outros afastados no CDP de Americana.

Entrada do CDP de Americana – Foto: Arquivo / O Liberal

Os trabalhadores contaram que a morte do colega de trabalho abalou os ânimos das equipes.

“Fica muita insegurança no nosso meio. Todos estamos sujeitos de ter tido problema de contágio com ele”, disse um dos agentes.

Eles elencaram diversos problemas nas medidas de segurança. As máscaras, por exemplo, foram enviadas pela SAP somente para os trabalhadores. Os detentos dependeram de doações para ter acesso ao equipamento.

Os agentes contaram ainda que não receberam avental e roupas especiais para atendimento de detentos que tenham suspeita.

Eles disseram ainda que compartilham uma máscara de acrílico entre diversos agentes – o equipamento deve ser usado para revistar os presos.

Outro problema se refere à quarentena daqueles que chegam na unidade. Cada um fica durante 14 dias em uma cela separada dos demais.

Contudo, nesse período tem contato com outros presos que chegam e estão cumprindo a quarentena.

Procurada, a SAP informou ontem que não há nenhum preso com suspeita ou confirmação para Covid-19 no CDP de Americana.

Informou ainda, que atualmente seis servidores estão afastados com suspeita não confirmada da doença e outros 17 estão afastados por pertencerem ao grupo de risco para Covid-19.

A pasta disse também que “todos os presos do CDP de Americana receberam três máscaras de proteção laváveis e citou que vem distribuindo “continuamente” Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em todas as unidades prisionais.

Sobre a cela de quarentena, informou que os presos são avaliados e encaminhados ao local somente se não apresentarem sintomas da doença. Sobre a testagem, reafirmou que segue em planejamento.

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