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Americana

Após interdição, Casa Dia vivencia incerteza

Entidade vai precisar sair do prédio público que ocupa há mais de 20 anos, na Avenida Bandeirantes

Por Marina Zanaki

05 de novembro de 2019, às 09h57

A Casa Dia, entidade de Americana que oferece apoio a dependentes químicos e alcoólatras, foi notificada para deixar o prédio onde funciona, na Avenida Bandeirantes.

O imóvel público cedido à entidade foi interditado por falta de projeto arquitetônico e licença de funcionamento. A notificação foi entregue na última sexta-feira, dando prazo de cinco dias para desocupação. A entidade atende 20 homens que lutam contra a dependência em drogas e álcool.

Presidente da Casa Dia, Eyn Melo Ribeiro explicou que estava ciente das pendências mas não tinha condições financeiras de resolvê-las.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Entidade de Americana oferece apoio a dependentes químicos e alcoólatras

A entidade sobrevive por meio de doações e, segundo o presidente, viu o orçamento apertar diante da crise do setor têxtil, já que as empresas desse ramo prestavam importante auxílio a Casa Dia.

Ribeiro disse que tem a expectativa de tentar junto à prefeitura a cessão de outro imóvel para continuar os trabalhos.

“Eu nunca tive apoio financeiro de órgãos públicos, a luta sempre foi na base da pobreza, atende pobre sendo pobre. Estamos em Americana daqui a pouco completa 30 anos, é incalculável o número de pessoas que passaram por aqui”, declarou o presidente. “Tenho gente da rua, a maioria pessoas pobres, com brigas com família. Ainda não sei para onde vamos”.

A entidade funciona no mesmo imóvel há mais de 20 anos, e, de acordo com o presidente, a última cessão do imóvel estava prevista para durar até 2034. Desde 2017 a entidade foi avisada pela Vigilância Sanitária sobre as pendências, mas não teve condições de repará-las.

Além da questão documental, o auto de interdição entregue a Casa Dia cita que o local não possui “condições mínimas para funcionamento”. Ribeiro lembrou que estavam previstas necessidades de mudanças no prédio, como por exemplo remodelações na cozinha.

Ele destaca que a principal preocupação é a continuidade do serviço, mesmo que isso implique na mudança de endereço.

A prefeitura foi procurada e respondeu que os setores responsáveis estão com as questões, mas que não seria possível um levantamento nesta segunda-feira.

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