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Segurança

Americana tem o menor número de furto de veículos dos últimos 18 anos

Autoridades citam prevenção e pandemia como motivos que ajudam a explicar os dados

Por Leonardo Oliveira

27 de janeiro de 2021, às 08h01 • Última atualização em 27 de janeiro de 2021, às 10h57

Americana registrou, no ano passado, 845 furtos de veículo, segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). Esse foi o ano com menos ocorrências desse tipo de crime desde 2002, quando teve início a série histórica do órgão estadual.

Em 15 dos últimos 19 anos o patamar de furto de veículos ficou acima dos 1.000 casos registrados ao ano. A última vez que isso não aconteceu foi em 2008, quando foram 880 boletins de ocorrência contabilizados. Em 2019, por exemplo, foram 1.004 veículos levados por criminosos.

Isso significa que, no último ano, houve uma redução de 15,8% nessa modalidade criminal. Para o capitão Antonio Carlos Rugero Filho, comandante da 1ª Companhia da PM (Polícia Militar), responsável pelo policiamento em Americana, a queda no índice é resultado o trabalho de inteligência.

“Mapeando os locais de maior incidência, aplicando o policiamento de forma inteligente nesses locais. Traçando rotas de fuga através das câmeras de inteligência instaladas nas rodovias e direcionando não só o policiamento preventivo, mas como ações de polícia, com bloqueio nos locais de maior incidência e probabilidade de delito”, disse ao LIBERAL.

A corporação ainda produz um relatório com os locais da cidade com problemas que possam contribuir para o aumento nos crimes, como uma rua com a iluminação pública defasada, por exemplo. “Nós encaminhamos esse relatório para o órgão público competente para regularizar”, acrescenta.

Rugero acredita que, apesar da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o número de veículos nas ruas se manteve. Para ele, o que ajudou foi que, por não ter que fazer tantas escoltas de preso, o efetivo da PM pode ser usado na prevenção.

Já para o comandante da Gama (Guarda Municipal de Americana), Marco Aurélio da Silva, a redução pode ser explicada pela pandemia. Ele defende que menos veículos circularam nas ruas no último ano, o que teria um impacto na queda do índice.

Para o coronel da reserva da Polícia Militar, Rogério Nascimento Takiuchi, que atuou por mais de 25 anos em Americana, os fatores apontados pelas duas corporações devem ser levados em conta.

“Era um número um pouco difícil de se reduzir, principalmente porque a prevenção não tinha como ser eficiente. Esse indicador de redução me aponta que deve haver, claro, uma influência da pandemia que mudou muitas rotinas, mas isso não implica e não pode descartar ter havido um bom trabalho policial, tanto o preventivo, com o investigativo”, disse.

O furto de veículos é um problema histórico de Americana. Em 2019, um mapeamento realizado pelo LIBERAL mostrou que a taxa de furto em relação a 100 mil veículos na cidade só era menor do que Santo André, Osasco e Mauá.

Americana tinha a quarta pior taxa do Estado. A reportagem utilizou dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e da SSP para construção do levantamento.

Roubos
No ano passado, Americana também viu cair ao menor patamar da série histórica o número total de roubos. Foram 377 crimes contabilizados, número 37,6% menor do que em 2019, quando foram 605 boletins de ocorrência do tipo registrados na delegacia do município.

Esse dado é a soma de todos os roubos, que incluem os de carga e a banco. A estatística desse delito vem caindo ao longo dos últimos anos. Em 2016 foram 989 roubos ao todo. No ano seguinte, houve queda para 757, enquanto que, em 2018, foram 654 assaltos.

O número de homicídios dolosos aumentou de 50, em 2019, para 67 no ano passado na RPT (Região do Polo Têxtil).

O aumento foi puxado, principalmente por Hortolândia, que registrou 24 assassinatos em 2020, ante 13 no ano anterior, e Sumaré, que viu crescer de 19 para 26 homicídios no último recorte.

Podcast Além da Capa
São 11 novos vereadores em Americana a partir deste ano na comparação com a legislatura que terminou em 2020. Falamos sobre o desenho que se apresenta na atuação dos parlamentares e a relação com a pandemia da Covid-19 nesse contexto.

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