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Dados

Americana registra mais mortes do que nascimentos em junho

Das 282 mortes ocorridas em junho, 126 foram causadas por complicações da Covid; cidade registrou 159 nascimentos

Por Ana Carolina Leal

07 de julho de 2021, às 07h45 • Última atualização em 07 de julho de 2021, às 09h58

A Covid-19 fez diminuir drasticamente a diferença entre o número de nascimentos e mortes registrados em Americana no mês de junho deste ano, o mais letal da pandemia até o momento. De acordo com dados levantados pela Secretaria de Saúde do município a pedido do LIBERAL, foram 282 óbitos contra 159 nascimentos.

Das 282 mortes ocorridas em junho, 126 foram causadas por complicações do novo coronavírus (Covid-19). Em relação à junho de 2020, quando a pandemia no Brasil estava na primeira onda, foram confirmados 168 óbitos. Desses, 28 causados pela doença. Naquele mês, no entanto, o número de nascimentos ainda era superior ao de mortes, com 214 casos.

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Em relação ao banco de dados sobre os nascimentos ocorridos no mês de junho deste ano, a Vigilância Epidemiológica explicou que ainda continua recebendo atualizações e que o número apresentado se refere até esta terça-feira (6).

Segundo o demógrafo Everton Campos de Lima, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o decréscimo de nascimentos e o aumento de mortes estão atrelados à pandemia, mas também são reflexo de outros fatores como o adiamento da gestação por mulheres com mais de 30 anos. Ele afirma que, principalmente depois de fevereiro deste ano, houve queda no número de nascimentos.

“O primeiro ciclo da pandemia, no Brasil, foi de maio até meados de agosto, quando os casos começaram a declinar. Se consideramos a partir desse período que dá mais ou menos nove meses, o que corresponde a uma gestação, é o reflexo do ano passado que estamos começando a experimentar agora”.

Everton afirma que a taxa de natalidade vinha caindo suavemente antes do início da pandemia, mas a Covid-19 acelerou esse processo. “Na verdade, o efeito verificado agora é parecido com a época do vírus Zika. Entre 2015 e 2016, houve uma queda no número de nascimentos por conta da doença. Mas o impacto agora está sendo maior”, diz.

Para o demógrafo, as pessoas estão postergando os planos de gravidez por inúmeros fatores. “Acreditava-se que teríamos um aumento no número de nascimentos porque as pessoas ficariam mais tempo em casa, mais próximas. Mas está acontecendo exatamente o contrário”.

Segundo Everton, além do aumento do número de dissoluções de uniões, a incerteza econômica e da própria mortalidade aliada à questões relacionadas ao isolamento social influenciam as decisões das famílias, o que reduz a taxa de natalidade.

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