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144 anos

Americana, 144 anos: e daqui para frente?

Representantes de diversos segmentos falam sobre as perspectivas para Americana crescer e o desafios que vêm pela frente

Por André Rossi

27 de agosto de 2019, às 08h25 • Última atualização em 28 de agosto de 2019, às 13h30

Quais são os desafios de Americana para os próximos anos? Esta foi a pergunta que O LIBERAL fez para representantes de diferentes setores da cidade, que completa 144 anos neste 27 de agosto. Além de traçar um panorama do cenário atual, os entrevistados comentaram sobre mudanças pelas quais a cidade passou ao longo das últimas décadas e fizeram projeções para o futuro a curto, médio e longo prazo.

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Política

Ocupante do principal cargo eletivo da cidade, o prefeito Omar Najar (MDB) acredita que o futuro depende da população eleger bons governantes. Em sua visão, o passado recente foi de promessas não cumpridas no campo político.

Foto: Arquivo / O Liberal
Omar Najar: Só o voto e políticos conscientes para mudar a realidade

“Vejo que o nosso País e Americana sofreram muito nas mãos de políticos que venderam maravilhas e foram péssimos governantes. Somente o voto e políticos conscientes serão capazes de transformar essa realidade. Dentro do meu governo, estamos fazendo o máximo para colocar a cidade nos eixos, mas os próximos governantes têm de continuar trabalhando com seriedade”, afirmou Omar.

Deputado estadual e presidente da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), Cauê Macris (PSDB) lembra que Americana sempre teve uma política forte e representativa nas esferas estadual e federal.

“Isso sem dúvida ajudou muito a cidade a se desenvolver. É preciso que, no futuro, isso volte a se fortalecer com novos quadros e o engajamento da política local, sobretudo com visão moderna de gestão e direcionamento dos investimentos públicos”, disse Cauê.

Já o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB) reforça a necessidade de união entre as forças políticas. “No futuro, é preciso estarmos preparados para novas demandas do município como acessibilidade, desenvolvimento econômico, mobilidade urbana e, claro, o fortalecimento das redes de saúde e educação. O caminho é esse e, com a união das forças políticas, acredito que ele se tornará mais curto”, opinou.

Imobiliário

Há 36 anos no mercado imobiliário americanense, o proprietário da MPolitano Imóveis, Marcos Matias Politano, observa em sua área dois fenômenos ao longo das últimas décadas: uma grande valorização dos imóveis, especialmente do metro quadrado territorial, e a verticalização.

Foto: Arquivo / O Liberal
Politano: Regularização da área do Pós-Represa é fundamental

“Acho que Americana, na RMC (Região Metropolitana de Campinas), foi a cidade de maior exponencialidade de valorização de imóvel. Eu vi imóveis na cidade com valorização acima de 4.000% fora a inflação. Temos um dos menores territórios do Estado de São Paulo, então o americanense se acostumou antes de outras cidades, antes dos nossos vizinhos, e nos adaptamos a morar em apartamento”, explicou Politano. Pelas características da cidade, o empresário vê como fundamental a regularização do pós-represa. O plano diretor do local deve ir a votação na Câmara ainda neste ano.

“O futuro de Americana depende dessa questão da regularização do ordenamento de ocupação da região do pós-represa. Nós temos poucos espaços vazios antes da represa, estamos no limite com todos os municípios. Nós dependemos agora do crescimento. A matéria-prima pra crescer é terra”, afirmou Politano.

Comércio

Já o lojista Ozanini Mário Rosineli, mais conhecido como Mario Zanini, que está desde 1973 na cidade, aponta que é necessário que Americana consiga atrair mais empresas e, por consequência, criar novas vagas de emprego.

Foto: Arquivo / O Liberal
Mario Zanini: Necessidade da cidade atrair mais empresas e gerar empregos

“A necessidade primária em Americana é emprego, criação de vaga de emprego, e atrair empresas para Americana. Renovar a indústria têxtil que foi muito prejudicada pelos asiáticos. A única alternativa é emprego e empresas novas, não vejo outra coisa no momento”, disse o proprietário das Lojas Zanini.

Indústria

O diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Americana, Carlos Frederico Faé, destaca que a cidade sempre teve um histórico industrial, com grande participação do setor na economia local. Atualmente, no entanto, seguiu a tendência nacional de redução, mas a expectativa é de que 2020 será um ano de retomada.

Foto: Arquivo / O Liberal
Carlos Frederico Faé: Processo de retomada na indústria deve acontecer ano que vem

“O que a gente enxerga para o futuro, até com a mudança de governo, é que a indústria tem papel importantíssimo na cidade e que essa retomada deve vir aí no próximo ano. Até o final do ano (2019) tem uma estabilidade e para o próximo ano uma retomada na geração de emprego com uma indústria nova, pensando tanto nas mudanças do setor industrial quanto na modernidade que ocorre no mundo e está chegando em Americana também”, comentou Faé.

O potencial da cidade para a formação de profissionais capacitados é um diferencial. “Americana tem vários pontos positivos. Número de faculdades e cursos técnicos fortalece muito a mão de obra especializada para o nosso setor da indústria. Favorece muito mesmo”, disse o diretor.

Empresário da área têxtil, o prefeito Omar acredita que os governos federais que passaram por Brasília prejudicaram o segmento. “Desde a abertura econômica do governo Collor o setor teve perdas, pois não houve um incentivo para que houvesse a modernização das estruturas e das máquinas. De lá pra cá houve muito pouco por parte dos governos federais. O que dificultou muito para todos”, disse Omar. “Somente uma política econômica que torne o setor competitivo novamente salvará, não só o setor têxtil, mas toda a indústria no País”, completou.

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