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VIOLÊNCIA

Aluno que fez disparos no Colégio Dom Bosco vai para a Fundação Casa

Adolescente de 13 anos foi apreendido e deverá ser encaminhado à unidade após ter alta médica de hospital em Americana

Por João Colosalle

30 de março de 2021, às 11h43

O estudante de 13 anos que fez disparos com uma arma de chumbinho no Colégio Dom Bosco, em Americana, será encaminhado para a Fundação Casa. A informação foi confirmada pela SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública).

O caso ocorreu na tarde desta segunda-feira (29), no colégio particular tradicional que fica no bairro Santa Catarina, e mobilizou policiais militares, o helicóptero Águia e o Gate, esquadrão antibombas da PM.

De acordo com a SSP, o adolescente foi apreendido e será levado para uma unidade da Fundação Casa, que abriga menores infratores, assim que tiver alta médica, já que, além de ferir uma funcionária da escola, ele também se feriu.

O caso foi registrado como ato infracional de lesão corporal, falso alarme, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. A investigação ainda pretende descobrir o que motivou o adolescente a praticar a ação.

Segundo informações da Polícia Militar e da SSP, o aluno entrou na escola uniformizado e carregando uma espingarda de pressão, uma picareta, uma faca e explosivos caseiros, em garrafas, dentro de uma capa de violão e de uma mochila.

Primeiro o adolescente foi até a sala da coordenação e jogou um explosivo. Depois, subiu ao segundo andar da escola e fez disparos, atingindo uma funcionária.

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A motivação não foi revelada pelo adolescente durante contato com a Polícia Militar. O menino afirmou, no entanto, que tinha um bom relacionamento com os demais alunos. A arma, segundo a PM, era do pai do adolescente.

Segundo relato da SSP, após os disparos e a chegada da polícia, o adolescente foi encontrado em uma sala, onde teria tentado se ferir. Junto do estudante, havia uma mochila com oito garrafas com artefatos explosivos e pregos, parafusos e chumbos, além duas bombas artesanais, um isqueiro e munições de calibre 380 e 357.

O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar confirmou que os explosivos eram funcionais e tinham “potencial lesivo”. O adolescente havia dito aos policiais que levou até a escola explosivos caseiros e que usou componentes como acetona e tíner, além de pólvora, para a fabricação.

Artefatos explosivos encontrados com o adolescente – Foto: Polícia Militar / Divulgação

Tanto o atirador quanto a funcionária, de 45 anos, não se feriram gravemente, e passaram por atendimento em hospitais particulares de Americana após a ocorrência. Nenhum aluno ficou ferido – no momento, eram 15 funcionários e seis estudantes na unidade, segundo a polícia.

A escola tem funcionado com 35% da capacidade de atendimento de alunos por conta da pandemia da Covid-19. O restante dos estudantes tem assistido às aulas de maneira virtual. Nesta terça-feira, a escola continuou funcionando.

O que diz o Colégio Dom Bosco

O LIBERAL entrou em contato com a direção da escola, por telefone, no fim da noite de segunda-feira. Ficou combinado que a reportagem retornaria mais tarde para conversar sobre o ocorrido, mas as ligações seguintes não foram mais atendidas.

Em nova nota divulgada nesta terça-feira, o Colégio Dom Bosco negou que houve ataque à diretora, como noticiado por parte da imprensa, e afirmou que “durante o ocorrido, houve perfeita ação de colaboradores e professores que, com treinamento adequado, mantiveram todos os alunos presentes em segurança”.

“A Polícia Militar e demais corporações chegaram rapidamente ao local e cuidaram para que todo procedimento fosse realizado com segurança, controlando e resolvendo a situação”, afirma o colégio.

O Dom Bosco diz ainda que está acompanhando junto às autoridades todo o andamento da situação.

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