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CADEIA ALIMENTAR II

Alex Niuri é preso em operação que apura fraude em merenda

Secretário da Prefeitura de Americana foi alvo de mandado de prisão e foi levado para a delegacia da PF em Piracicaba, segundo apurou o LIBERAL

Por Talita Bristotti

26 de novembro de 2019, às 09h23 • Última atualização em 26 de novembro de 2019, às 17h40

O secretário municipal de Negócios Jurídicos de Americana, Alex Niuri, foi preso na operação Cadeia Alimentar II, deflagrada na manhã desta terça-feira (26) pela Polícia Federal. Ele foi detido em seu apartamento, de acordo com o advogado Lucas Torrezan, designado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para acompanhar o cumprimento do mandado contra o secretário, que é advogado, no caso.

Niuri foi alvo de mandado de prisão temporária expedido pela 4ª Vara da Justiça Federal de Ribeirão Preto. Após ser preso, ele foi levado para a delegacia da PF em Piracicaba. O secretário será encaminhado até a PF de Ribeirão Preto, onde teve início a operação – lá ele irá prestar depoimento na tarde desta terça-feira.

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Depois disso, a autoridade responsável determinará se pede ou não a prisão preventiva do secretário, de acordo com Torrezan. “A Polícia Federal foi lá no apartamento dele, mas do que se trata a acusação que está versando sobre ele nós não sabemos. Ele nega veementemente qualquer tipo de participação. Está sendo apurado”, disse o advogado ao LIBERAL.

Foto: Arquivo / O Liberal
Secretário de Negócios Jurídicos de Americana, Alex Niuri, preso em Americana no âmbito da operação Cadeia Alimentar II

Três mandados de prisão foram cumpridos na cidade, além de outros três de busca e apreensão. Ainda não foram divulgados os nomes das outras duas pessoas que teriam sido presas na cidade.

O LIBERAL apurou que o secretário de Governo de Americana, Juninho Barros, foi levado pela PF para depor sobre a operação Cadeia Alimentar II, deflagrada na manhã desta terça-feira. Policiais chegaram à casa do secretário no início da manhã e o levaram até a delegacia de Piracicaba.

Nenhum documento foi apreendido em sua residência, informou a esposa do secretário. Ainda não há a confirmação se ele foi preso ou não.

Em abril de 2018, durante a primeira fase da Operação Cadeia Alimentar, a casa de Juninho Barros foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão. Na época, Juninho disse que não havia nenhuma irregularidade.

A Prefeitura de Americana foi procurada nesta terça-feira para comentar a nova fase da operação, mas ainda não se posicionou até a publicação desta reportagem. Alex Niuri é um dos principais secretários municipais da gestão do prefeito Omar Najar (MDB). Ao LIBERAL, o prefeito disse que não estava a par das prisões de agentes do governo.

“Não tenho nada, cheguei agora na prefeitura e não estou a par. Não sei de nada por enquanto”, disse Omar. No momento da ligação feita ao celular do prefeito, por volta das 10h40, Omar estava em uma reunião no gabinete, que não tinha relação com a prisão, segundo ele, e disse que se posicionaria “daqui a pouco”.

Foto: Divulgação
Niuri foi preso no apartamento onde mora, na Avenida Cillos, em Americana

A operação Cadeia Alimentar II investiga fraudes envolvendo a compra de merenda escolar entre 2013 e 2017. Entre os alvos da operação estão empresários, lobistas, servidores e ex-servidores públicos, uma vereadora, ex-prefeitos, secretários e ex-secretários de Governos – não foram divulgadas as cidades em que os políticos atuavam.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

“A operação visa coletar elementos que complementem as informações obtidas em colaboração premiada formalizada por dois investigados junto a Polícia Federal e Ministério Público Federal, após terem sido alvos na primeira fase da investigação (maio de 2018)”, trouxe nota da Polícia Federal.

Segundo as apurações do MPF, “o esquema foi capitaneado por um frigorífico sediado na cidade de Brodowski, com o auxílio de outras firmas do mesmo grupo”.

“A partir do pagamento de propinas, que giravam em torno de 10% do valor dos contratos, os envolvidos direcionavam licitações para favorecer a empresa lançando mão de uma série de fraudes, como a simulação de concorrência, o ajuste prévio de preços e a inclusão de exigências técnicas nos editais que limitavam a participação de outros interessados. Concluídos os processos de seleção, o frigorífico fornecia os produtos com superfaturamento ou, em alguns casos, sequer os entregava, embora recebesse os pagamentos referentes a eles”, informou o MPF, em nota.

Segundo o MPF, as irregularidades sob investigação abrangem contratos para fornecimento de alimentação escolar nos municípios de Americana, Barretos, Barueri, Cubatão, Franca, Guarujá, Guarulhos, Iperó, Itapetininga, Jandira, Jarinu, Limeira, Marília, Morro Agudo, Paulínia, Peruíbe, Pirassununga, Porangaba, Rio Claro, São Carlos, São Roque, São Vicente, Sorocaba e Taquaritinga.

Em Sumaré, um mandado de prisão e outro de busca e apreensão foram cumpridos. O LIBERAL apurou que as investigações, entretanto, não envolveriam a prefeitura local, mas sim um morador que atuaria no governo de outro município. A PF não confirma as informações.

Se comprovada as ilegalidades, os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crime de organização criminosa, fraude à licitações, falsidade ideológica, corrupção ativa, prevaricação e corrupção passiva cujas penas, somadas, podem chegar a 28 anos de prisão.

Participam da ação mais de 240 policiais federais, os quais cumprem ordens judiciais em 27 cidades do Estado de São Paulo:

– Americana (3 mandados prisão e 3 busca/apreensão);

– Atibaia (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Campinas (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Cotia (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Cubatão (1 mandado de prisão e 4 busca/apreensão);

– Franca (2 mandados de prisão e 3 busca/apreensão);

– Garça (1 mandado de busca/apreensão);

– Guarujá (2 mandados de busca/apreensão);

– Itapevi (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão)

– Jandira (1 busca/apreensão);

– Matão (1 mandado de prisão e 2 busca/apreensão);

– Orlândia (1 mandado de busca/apreensão);

– Osasco (1 mandado de busca/apreensão);

– Paulínia (4 mandados de busca/apreensão);

– Praia Grande (2 mandados de busca/apreensão);

– Rio Claro (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Santos (2 mandados de prisão e 2 busca/apreensão);

– São Carlos (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– São Joaquim da Barra (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– São José do Rio Preto (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– São Paulo (3 mandados de prisão e 8 busca/apreensão);

– São Roque (2 mandados de prisão e 3 busca/apreensão);

– São Vicente (2 mandados de prisão e 5 busca/apreensão);

– Sorocaba (1 mandado de prisão e 2 busca/apreensão);

– Sumaré (1 mandado de prisão e 1 busca/apreensão);

– Taquaritinga (1 mandado de prisão e 3 busca/apreensão) e

– Votorantim (1 mandado de busca/apreensão).

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