O tesoureiro do SSPMA (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana), Aires Ribeiro, afirmou nesta quinta-feira, na Câmara de Americana, que os servidores públicos municipais nunca tinham ficado três anos sem revisão salarial. Essa é a situação atual da categoria, que cobra reajuste de 20%.

“Estamos vivendo hoje uma situação inusitada no município de Americana. Estou na prefeitura há 40 anos e isso nunca aconteceu”, disse o sindicalista, enquanto usava a Tribuna Livre da Casa.

Na ocasião, Ribeiro pediu apoio aos vereadores na negociação. Ele discursou diante de servidores que compareceram no Legislativo e se manifestaram por meio de cartazes.

Entre a última terça e quinta, o sindicato promoveu assembleias em diferentes estabelecimentos públicos para definição sobre a contraproposta da prefeitura, que se propõe a reajustar os vencimentos em 10,16%.

A SSPMA também colocou em votação a possibilidade de greve. A entidade informou que vai divulgar o resultado nesta sexta-feira.

Os servidores estão sem reajuste desde 1º de março de 2019. Segundo Ribeiro, o sindicato reivindica apenas a reposição inflacionária do período em questão.

Ao defender o aumento, o tesoureiro apontou que a prefeitura nunca esteve tão bem financeiramente quanto agora, entre outros argumentos – na semana passada, o LIBERAL noticiou que a administração municipal fechou 2021 com superávit de R$ 94,3 milhões.

Ele também citou que, em contrapartida, tem havido uma queda de gastos com folha de pagamento. “Por que caiu a folha de pagamento? Morreram muitos servidores. Muitos servidores pediram demissão. Muitos servidores se aposentaram”, declarou.

Procurada pela reportagem nesta quinta-feira, a prefeitura comunicou que “está empenhada em conceder um reajuste possível e dentro da conduta responsável que essa gestão sempre teve, algo viável para se chegar a um bom termo com os servidores e manter o equilíbrio financeiro do município”.

O Executivo também lembra que a proposta de 10,16% se baseia no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de janeiro a dezembro de 2021.