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Rota do Tráfico

Aeroporto de Americana terá câmeras, garante Omar

Objetivo é evitar que o local continue a ser rota do tráfico internacional de drogas; número de equipamentos e custo estimado não estão definidos

Por George Aravanis

21 de dezembro de 2019, às 08h22 • Última atualização em 21 de dezembro de 2019, às 17h49

Foto: Arquivo / O Liberal
Pista do aeroporto municipal: entre 2017 e 2018, local virou entreposto para o transporte de cocaína, segundo a Dise

O prefeito de Americana, Omar Najar (MDB), disse nesta sexta-feira que vai instalar câmeras no aeroporto municipal Augusto de Oliveira Salvação para evitar que o local continue a servir como rota do tráfico internacional de drogas. Entre 2017 e 2018, o aeródromo foi um entreposto para o transporte de cocaína, segundo apuração da Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes).

“É um absurdo [Americana ter se tornado rota do tráfico]. Acho que tem que ter um controle maior”, afirmou o prefeito. “Acho que Americana tinha virado mesmo uma rota de tráfico e a gente está lutando e fazendo o máximo possível para evitar a situação, porque não tinha controle de entrada e saída, então com essas câmeras nós vamos monitorar com maior tranquilidade”, disse o chefe do Executivo.

O número de câmeras e o custo estimado ainda não estão definidos. Também não há prazo para que a licitação seja lançada e o sistema de monitoramento comece a funcionar.

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A Utransv (Unidade de Transportes e Sistema Viário) informou que elabora um estudo, com as estimativas de custos, e que pretende fazer isso o mais rápido possível.

Omar disse que a Gama (Guarda Municipal de Americana) terá acesso às imagens a partir de sua central de monitoramento. O prefeito informou que está enviando para a polícia os prefixos de todas as aeronaves que usam os hangares do aeroporto.

Como mostrou o LIBERAL em 24 de novembro, a lei 5.122, de 2010, estabelece que todo voo que parta, chegue ou tenha escala no aeroporto deverá ser precedido da apresentação do plano de voo, com informações sobre os passageiros e as bagagens.

Porém, a norma nunca foi regulamentada e não era aplicada até então. Questionada ontem se está anotando os prefixos de todos os aviões que passam pelo local e desde quando, a prefeitura não respondeu.

O delegado Luis Carlos Gazarini, da Dise, diz que as câmeras ajudarão na prevenção de crimes e também na investigação, caso algum novo episódio seja registrado no local. Os relatórios com os prefixos das aeronaves também serão esclarecedores, afirma.

“A questão de disponibilizar os prefixos de aeronaves que descem e que sobem ali no nosso aeroporto, isso também vai nos permitir saber a frequência com que os aviões entram e saem de Americana.”

Gazarini comandou uma investigação que descobriu que, entre 2017 e 2018, um dos hangares do aeroporto era ponto de encontro de pilotos que transportavam droga e dinheiro entre países da América do Sul.

A apuração resultou na prisão de 11 pessoas, na apreensão de sete aviões e um helicóptero avaliados em R$ 18 milhões (não só em Americana) e de 1,3 tonelada de cocaína, que seria vendida na Europa por cerca de R$ 200 milhões.

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