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Cadeia Alimentar II

Advogado de secretários diz que contratos não foram fraudados

Operação Cadeia Alimentar II, da Polícia Federal, prendeu os secretários Juninho Barros e Alex Niuri, e uma servidora, nesta terça-feira em Americana

Por George Aravanis / Leonardo Oliveira

27 de novembro de 2019, às 09h37 • Última atualização em 27 de novembro de 2019, às 09h39

O advogado que representa o secretário de Governo de Americana, Juninho Barros, e o secretário de Negócios Jurídicos, Alex Niuri, no processo decorrente da Operação Cadeia Alimentar II, deflagrada na manhã desta terça-feira para apurar fraudes na merenda escolar, Willey Sucasas, se diz perplexo com a prisão de seus clientes, alegando que em nenhum momento eles foram notificados para prestarem esclarecimentos e que os dois secretários se mostraram dispostos a colaborar com as investigações. Clique aqui e entenda a operação.

Foto: Bruno Escolastico / Photopress / Estadão Conteúdo
Operação Cadeia Alimentar II: a movimentação na sede da PF na capital paulista, durante a operação

“Não há contrato fraudado com relação a merenda e nenhum outro contato com a Prefeitura de Americana. Junior Barros é um servidor público de reputação ilibada, uma pessoa que não apresenta mácula nenhuma na sua vida pública e pessoal, estamos tomando as medidas cabíveis para tentar a revogação dessa prisão”, falou sobre a situação.

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Ele disse o mesmo sobre Niuri. “O Dr. Alex é também um servidor absolutamente comprometido com a legalidade. Em nenhum momento ele se negou a prestar qualquer tipo de esclarecimento, não vemos necessidade nenhuma de prisão temporária”, finalizou.

Em nota divulgada pela assessoria da Prefeitura de Americana, a defesa de ambos ressaltou que tomará medidas jurídicas para tentar reverter a prisão temporária e demonstrar “a completa inocência de ambos.”
O advogado Luiz Felipe Maganin, que representa Luciane, diz que a servidora nega ter praticado ou saber de qualquer irregularidade.

O trabalho dela, segundo ele, é fazer os editais, mandar para o jurídico e depois publicar.
Maganin ressaltou ainda que as perguntas que os policiais fizeram no interrogatório foram referentes à possível participação de Niuri e Barros em supostas irregularidades.

Ao LIBERAL, o advogado de Luciane Carloni Gomes de Assis, servidora da Prefeitura de Americana que também foi presa na operação, nega que ela tenha praticado ou tenha conhecimento de qualquer irregularidade.

O prefeito Omar Najar (MDB) afirmou, no final da tarde desta terça-feira (26), que determinou a instauração de uma sindicância para apurar contratos e licitações relacionadas à merenda comprada pela prefeitura no ano de 2017. Os secretários foram mantidos no cargo.

A operação

A operação Cadeia Alimentar II investiga fraudes envolvendo a compra de merenda escolar entre 2013 e 2017. Entre os alvos da operação estão empresários, lobistas, servidores e ex-servidores públicos, uma vereadora, ex-prefeitos, secretários e ex-secretários de Governos – não foram divulgadas as cidades em que os políticos atuavam.

Ouça o “Além da Capa”, um podcast do LIBERAL

“A operação visa coletar elementos que complementem as informações obtidas em colaboração premiada formalizada por dois investigados junto a Polícia Federal e Ministério Público Federal, após terem sido alvos na primeira fase da investigação (maio de 2018)”, trouxe nota da Polícia Federal.

Segundo as apurações do MPF, “o esquema foi capitaneado por um frigorífico sediado na cidade de Brodowski, com o auxílio de outras firmas do mesmo grupo”.

“A partir do pagamento de propinas, que giravam em torno de 10% do valor dos contratos, os envolvidos direcionavam licitações para favorecer a empresa lançando mão de uma série de fraudes, como a simulação de concorrência, o ajuste prévio de preços e a inclusão de exigências técnicas nos editais que limitavam a participação de outros interessados. Concluídos os processos de seleção, o frigorífico fornecia os produtos com superfaturamento ou, em alguns casos, sequer os entregava, embora recebesse os pagamentos referentes a eles”, informou o MPF, em nota.

Segundo o MPF, as irregularidades sob investigação abrangem contratos para fornecimento de alimentação escolar nos municípios de Americana, Barretos, Barueri, Cubatão, Franca, Guarujá, Guarulhos, Iperó, Itapetininga, Jandira, Jarinu, Limeira, Marília, Morro Agudo, Paulínia, Peruíbe, Pirassununga, Porangaba, Rio Claro, São Carlos, São Roque, São Vicente, Sorocaba e Taquaritinga.

Em Sumaré, um mandado de prisão e outro de busca e apreensão foram cumpridos. O LIBERAL apurou que as investigações, entretanto, não envolveriam a prefeitura local, mas sim um morador que atuaria no governo de outro município. A PF não confirma as informações.

Se comprovada as ilegalidades, os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crime de organização criminosa, fraude à licitações, falsidade ideológica, corrupção ativa, prevaricação e corrupção passiva cujas penas, somadas, podem chegar a 28 anos de prisão.

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