25 de abril de 2024 Atualizado 00:11

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

COVID-19

Ação pede suspensão de nova carreata em Americana

Pedido para que ato marcado para a tarde desta quinta-feira não ocorra foi feito pelo diretório municipal do Psol; prefeitura diz entender que manifestação pode correr

Por João Colosalle/Leonardo Oliveira

30 de abril de 2020, às 12h01 • Última atualização em 30 de abril de 2020, às 12h53

Uma ação distribuída na manhã desta quinta-feira (30) pede a suspensão da nova carreata pró-comércio marcada para a tarde de hoje, em Americana.

O pedido foi protocolado pelo diretório municipal do Psol e busca uma liminar que evite o ato, previsto para começar às 13h30, na Avenida Antonio Pinto Duarte.

Inicialmente, o caso foi distribuído como uma representação criminal na 2ª Vara Criminal da cidade, às 10h08. Posteriormente, às 12h36, o juiz Eugênio Augusto Clementi Junior determinou que a ação era de cunho cível e que fosse encaminhada às varas cíveis.

O caso passou à responsabilidade da 4ª Vara Cível do município. Segundo o sistema eletrônico do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), até as 12h42 desta quinta, não havia decisão sobre o pedido do partido para suspender o ato.

A última carreata realizada na cidade, que pedia a reabertura do comércio, reuniu 1,2 mil veículos e cerca de 2 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar.

Carreata no último dia 18 reuniu cerca de 1,2 mil veículos em Americana e Santa Bárbara – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

A ação do Psol aponta que há riscos para a saúde pública, por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), caso o evento ocorra, pela possibilidade de promover aglomerações, e cita trecho de decreto municipal que suspende eventos que promovam aglomerações, seja em ambiente fechado ou aberto.

“Permitir a realização da manifestação política neste momento, à míngua de todas as orientações sanitárias e técnicas, seria considerar que a opinião política de alguns tem mais valor que o direito à saúde e à vida de outros”, traz trecho da ação.

A ação do Psol também aponta omissão do governo municipal em relação ao ato. “A prefeitura se omitiu e, pior, o prefeito fez um pedido para o governador para abrir o comércio”, afirmou ao LIBERAL o advogado Adriano de Oliveira Silva, que representa o diretório.

Um dos líderes do movimento que organiza a carreata, o empresário do ramo têxtil em Americana Michel David diz que a ação “não muda nada”.

“A carreata é respeitosa, pacífica, atenta aos critérios de não aglomeração e proteção. Apenas pedindo a volta ao trabalho de forma organizada”, disse ao LIBERAL.

À reportagem, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Americana afirmou que a administração não foi notificada da ação e disse entender que este tipo de ato não se enquadra em nada que o impeça de ocorrer.

Carreatas

O ato previsto para esta quinta-feira é ao menos o terceiro registrado em Americana. No dia 13 de abril, no primeiro deles, a Avenida Antonio Pinto Duarte foi o ponto inicial de uma carreata que pedia a reabertura do comércio na cidade.

O movimento chegou a ser criticado pelo governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva. O tucano taxou o ato de “baixa expressão“.

Cinco dias depois, no dia 18, um sábado, uma nova carreata percorreu ruas e avenidas de Santa Bárbara d’Oeste e Americana.

Na ocasião, os manifestantes pediam a reabertura do comércio e a saída do governador João Doria.

Protesto no dia 18 de abril pediu a reabertura do comércio em Americana e Santa Bárbara – Foto: Marcelo Rocha/O Liberal

O ato também teve manifestações por intervenção militar e apoio ao AI-5, ato que endureceu a ditadura militar.

Em resposta, o governo do Estado considerou a carreata um ato “a favor da pandemia”.

Coronavírus na região

O boletim mais recente, divulgado pelas prefeituras nesta quarta-feira (29), mostra que a RPT (Região do Polo Têxtil) tem 156 casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19). Veja a situação por cidade:

Americana: a cidade contabiliza 49 casos confirmados da Covid-19 e três mortes. Nesta quarta, uma idosa de 88 anos que estava em um hospital particular teve alta e segue em isolamento domiciliar até o dia 7 de maio.

Foram três novos casos suspeitos, chegando ao número total de 23. Um deles de uma menina de um ano que está internada em um hospital público de Campinas. As outras duas notificações são uma mulher de 69 anos, internada em um hospital privado de Campinas, e uma profissional da saúde de 49 anos que está em isolamento domiciliar.

Ao todo, 30 pacientes foram curados desde o início da pandemia em Americana.

Hortolândia: O último balanço mostrou três novas notificações. Com isso, Hortolândia tem 49 infectados pelo novo coronavírus. A prefeitura tem a política de não divulgar as informações dos pacientes com a doença. Foram seis mortes pela Covid-19 no município.

Nova Odessa: Foram mais dois resultados positivos. Com isso, a cidade chega a dez infectados. As pacientes são duas profissionais da saúde que trabalham em Campinas. Elas têm 44 e 48 anos, e moram no Jardim São Manoel e Parque Residencial Triunfo. Ambas cumprem isolamento domiciliar e têm bom estado de saúde.

Além disso, também há uma nova morte suspeita, a de uma aposentada de 87 anos que chegou a Unidade Respiratória na noite de segunda-feira, recebeu atendimento médico, mas faleceu na madrugada da terça (28). A vítima morava em Sumaré e buscou atendimento de saúde na cidade.

Santa Bárbara d’Oeste: Não houve novas confirmações no último boletim, mas o número de infectados diminuiu, já que três pacientes positivos foram reclassificados por serem moradores de outras cidades. Com isso, Santa Bárbara tem 12 casos e uma morte.

Publicidade