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Pesquisa

Unicamp estuda colírio que previne lesão na retina de diabéticos

Pesquisadores da Unicamp estão estudando um colírio que pode atuar na prevenção da retinopatia diabética, doença que afeta a visão de diabéticos

Por Marina Zanaki

28 de outubro de 2019, às 13h10 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h00

Um dos principais riscos de quem possui diabetes é o desenvolvimento de uma doença chamada retinopatia diabética. Trata-se de uma complicação relacionada a lesões na retina, que pode levar a problemas de visão e até cegueira.

Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estão estudando um colírio que pode atuar na prevenção dessa doença. O estudo está sendo realizado em uma parceria entre a Faculdade de Engenharia Química e a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Quem sofre com a retinopatia diabética consegue tratar-se por meio de procedimentos como fotocoagulação com laser, injeções intravítreas ou cirurgias. A principal vantagem em relação aos tratamentos atualmente disponíveis é que o colírio não é invasivo.

Foto: Adobe Stock
Mais de 13 milhões de pessoas convivem com diabetes no Brasil

Responsável pelos estudos, a pesquisadora Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, da Faculdade de Ciências Médicas, explicou que o colírio conta com nanotecnologia que permite que o princípio ativo alcance a parte interna do olho, onde se localiza a retina.

“O princípio ativo tem mecanismos antioxidantes, que é o mecanismo central de desenvolvimento da doença, o estresse oxidante”, explicou a profissional.

O colírio já foi testado em animais e alcançou resultados promissores na prevenção da retinopatia diabética. Não há, até o momento, evidências de que ele consiga reverter o processo, segundo Jacqueline.

O colírio não registrou nenhum efeito de toxicidade, tanto no olho quanto no organismo dos animais que passaram pelo teste. A pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas lembrou que ainda existem diversos testes que precisam ser realizados até que exista a possibilidade de realizar testes clínicos em pessoas no futuro.

“As pesquisas devem convergir para o uso de matérias primas de alto grau de pureza, estabilidade do produto, escalonamento da produção para testes em uma maior população de animais e, posteriormente, em humanos”, complementou a professora Maria Helena Andrade Santana, da Faculdade de Engenharia Química e que também participou do desenvolvimento da composição.

No momento, a pesquisa do colírio está protegida por meio de patente da qual a Unicamp é titular. Jacqueline tem licenciamento para desenvolver a pesquisa através da empresa que fundou com esse propósito.

“Através de parcerias com outras indústrias farmacêuticas e fomentos públicos, pretendo fabricar um lote desse colírio para fabricar esses testes que mencionei”, explicou a pesquisadora.

Ela destacou que, apesar de promissores, os estudos ainda têm um longo caminho a percorrer. “Ainda não está disponível, vai precisar de algum tempo, estimo de dois a quatro anos, para dar continuidade a esse desenvolvimento”, finalizou Jacqueline.

A pesquisa venceu, no ano passado, o Prêmio Empreenda Saúde, uma iniciativa da Fundação Everis. O objetivo da premiação é incentivar o empreendedorismo e a inovação, desenvolver talentos e reconhecer negócios com grande potencial na área da saúde.

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