24 de abril de 2024 Atualizado 19:16

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Política

Presidente faz aceno a cristãos, diz analista

Por Agência Estado

23 de setembro de 2020, às 07h08 • Última atualização em 23 de setembro de 2020, às 10h36

No discurso desta terça-feira, 22, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo “pela liberdade religiosa” e pelo combate do que chamou de “cristofobia”. Para especialistas ouvidos pelo Estadão, porém, a fala do mandatário foi na contramão do que seria um discurso pela liberdade religiosa. “Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia”, afirmou o presidente. Ao fim do discurso, ainda disse que “o Brasil é um país cristão e conservador”.

A cristofobia é entendida como a aversão ou perseguição às religiões cristãs. Segundo o advogado Eliennay Gomes Alves, que preside a comissão de Liberdade Religiosa da OAB no Ceará (OAB-CE), o presidente poderia ter feito um chamado ao combate à intolerância religiosa como um todo. O advogado avalia ainda que, ao dizer que o Brasil é cristão, Bolsonaro ignora o restante da nação. “O País é laico. As palavras dele (Bolsonaro) não condizem com a realidade da nossa nação, sobretudo porque sabemos que os casos de intolerância, em sua maioria, não se dão em face dos cristãos, mas sim com as religiões de matriz africana”, afirmou.

Professor de Filosofia Política na FAAP e doutor em ciências da religião, Luiz Bueno segue o mesmo entendimento. “Uma vez que o presidente demarca um campo religioso no seu discurso, é como se ele excluísse os demais cidadãos que não estão incluídos naquela definição”, afirma. Para Bueno, a fala de Bolsonaro foi um aceno à sua base eleitoral. “Tem muito mais um efeito retórico que prático”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicidade