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Política

Olavistas e militares fazem pressão para Bolsonaro desistir de Feder para o MEC

Nome também não agradou aos evangélicos, cujos líderes no Congresso também têm pressionado o presidente

Por Agência Estado

03 de julho de 2020, às 14h47 • Última atualização em 03 de julho de 2020, às 14h57

Alas ligadas a Olavo de Carvalho e aos militares no governo pressionam o presidente Jair Bolsonaro a reverter o convite feito ao atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para o Ministério da Educação (MEC). Antes mesmo de ser anunciado oficialmente, Feder já virou alvo do grupo ideológicos e da base bolsonarista nas redes sociais.

Olavistas têm um histórico de sucesso em frituras iniciadas nas redes sociais que terminaram em demissão, como a ex-secretária de Cultura, Regina Duarte, e os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo). Eles chamam a atenção para a ligação dele com o governador João Doria (PSDB) e dizem que a escolha foi feita para agradar empresários e apaziguar a guerra ideológica.

Já os militares foram surpreendidos com o convite do presidente e querem um nome ligado a eles, que acreditam ter mais força política. Passaram a divulgar também incoerências em seu currículo.

Feder é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Seu currículo na plataforma Lattes indica que ele tem um “mestrado em andamento” desde 2002 em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Mas o site da secretaria da educação do Paraná informa que ele é “mestre em Economia”.

Inconsistências no currículo, como uma suspeita de fraude na dissertação no mestrado na FGV e a conclusão de um doutorado desmentido pela Universidade Nacional de Rosário (Argentina), estão entre os fatores que levaram à queda do economista Carlos Alberto Decotelli, que nem chegou a tomar posse.

Contam também pontos contra Feder a suspeita de sonegação fiscal da Multilaser, empresa da qual Feder é sócio. E principalmente da possível ligação com o Centrão, Feder teve o apoio do governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), partido do ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, também é do PSD. Ao anunciá-lo para o cargo em junho, Bolsonaro disse que se tratava-se de uma escolha pessoal.

Para os militares, Feder é um empresário que quer fazer carreira na política, mas não tem experiência. O secretário do Paraná tem apoio da Fundação Lemann, por exemplo, algo que também incomoda militares.

O nome também não agradou aos evangélicos, cujos líderes no Congresso também têm pressionado o presidente. O mesmo ocorreu com o educador Mozart Neves, que chegou a ser convidado para ser ministro no início do governo Bolsonaro, mas depois o presidente voltou atrás por causa das pressões.

Por outro lado, educadores e entidades elogiam a escolha de Feder, por ele ter experiência na gestão da educação pública.

O Semesp, entidade que reúne universidades particulares de São Paulo, soltou nota dizendo que a indicação “renova as expectativas de que sob sua gestão o MEC consiga superar os difíceis desafios que vêm sendo enfrentados pela educação brasileira” já que ele já teria “manifestado sua inclinação para políticas públicas mais eficientes, consistentes e objetivas e estratégias pedagógicas mais inovadoras”.

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