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Política

MPF abre investigação para apurar suposto vazamento da PF na Furna da Onça

Por Agência Estado

18 de maio de 2020, às 22h29 • Última atualização em 19 de maio de 2020, às 13h52

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar supostos vazamentos da Polícia Federal na Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018. A medida vem na esteira das denúncias feitas no último final de semana pelo empresário Paulo Marinho, pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Marinho afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, relatou em uma reunião em dezembro de 2018 que teve conhecimento prévio sobre a realização da operação, que detectou movimentação atípica das contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Em nota, o senador classificou as acusações de “invenção” e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo por ser seu suplente no Senado Federal.

Para instruir a investigação, o MPF vai ouvir Paulo Marinho, para quem requisitará segurança antes e depois do depoimento. O órgão também pediu à Justiça Federal o desarquivamento do inquérito policial que apurou, à época, suspeitas de que informações privilegiadas foram vazadas.

O caso foi arquivado após a própria PF ter relatado sem evidências de crime o inquérito. O procurador da República Eduardo Benones argumenta que “há notícias de novas provas que demandam atividade investigatória” ao justificar o pedido de desarquivamento.

“As investigações do controle externo visam descobrir se policiais federais vazaram informações sigilosas para privilegiar quem quer que seja. Caso fique comprovado qualquer vazamento, mesmo uma simples informações, os policiais responsáveis podem ser presos e até perder o cargo por improbidade”, afirma o coordenador do Controle Externo da Atividade Policial do MPF/RJ.

Segundo Marinho, Flávio Bolsonaro contou que recebeu o aviso de um delegado da PF do Rio simpatizante da candidatura de seu pai. Segundo o agente, membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a Operação Furna da Onça para não prejudicar seu pai na disputa contra Fernando Haddad (PT).

O delegado teria recomendado ao senador que tirasse Queiroz do cargo de assessor parlamentar de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. Em 15 de outubro, foram exonerados Queiroz e sua filha, Nathalia Queiroz, lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

A Operação Furna da Onça foi deflagrada em 8 de novembro de 2018, pouco mais de uma semana após o segundo turno das eleições presidenciais. Ela investigou a participação de deputados estaduais fluminenses em esquema de corrupção e apontou para a prática da chamada “rachadinha”, ou seja a retenção indevida de recursos, por assessores, de parte das gratificações recebidas por outros funcionários de gabinetes da própria Assembleia.

Amigo do ex-ministro Gustavo Bebianno, morto em março, Paulo Marinho colaborou com a campanha presidencial de Jair Bolsonaro, principalmente ao ceder sua mansão, na zona sul do Rio, para a realização de reuniões e gravações de propaganda eleitoral.

A relação com a família, entretanto, estremeceu e o empresário foi nomeado presidente regional do PSDB no Rio, em uma articulação do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rival político do presidente. Marinho acabou indicado como pré-candidato a prefeito do Rio após o falecimento de Bebbiano.

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