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Política

Índio da Costa é padrinho da cúpula dos Correios, diz Procuradoria

Por Agência Estado

07 de setembro de 2019, às 09h04 • Última atualização em 07 de setembro de 2019, às 09h47

O Ministério Público Federal em Santa Catarina afirmou, nesta sexta-feira, 6, que o ex-deputado Índio da Costa era o padrinho político da cúpula dos Correios, alvo da Operação Postal Off que mira fraudes e prejuízos de R$ 13 milhões. Preso nesta sexta, 6, ele já foi candidato ao governo fluminense e à prefeitura da Rio e concorreu à vice-presidência de José Serra em 2010.

A Justiça determinou o bloqueio de R$ 40 milhões das contas e bens dos investigados, incluídos carros de luxo e duas embarcações – uma delas um iate avaliado em R$ 3 milhões.

Segundo o Ministério Público Federal, a ‘operação iniciada a partir de informação do serviço de inteligência da ECT, dirigida à Superintendência da Polícia Federal de Santa Catarina, no sentido de que dirigente da ECT em Santa Catarina havia sido procurado por representantes de empresas ligadas à organização criminosa atuante no estado do Rio de Janeiro, titulares de contratos com os Correios, os quais lhe propuseram o pagamento de propina a fim de que aderisse ao esquema criminoso consistente na inserção de grandes volumes de cartas comerciais no fluxo dos Correios sem o devido faturamento, gerando evasão de receita e prejuízos aos cofres da ECT’.

“A partir de então, foram deferidas várias medidas cautelares que revelaram a participação de político na indicação para a nomeação no cargo de superintendente de modo a viabilizar a atividade criminosa mediante o pagamento de altas quantias”, afirma a Procuradoria.

“Revelaram também a participação de empresários do Rio de Janeiro e de funcionários da ECT ocupantes de postos operacionais no esquema criminoso, o qual migrou suas atividades para Belo Horizonte/MG diante do insucesso na cooptação de funcionários da ECT/SC e da atuação do serviço de inteligência dos Correios no CTC Cidade Nova/RJ, local onde centralizadas as operações da quadrilha”, diz o MPF.

Em coletiva, o delegado Christian Luz Barth, da Polícia Federal em Santa Catarina, também apontou que entre os investigados estavam empresários, funcionários do alto-escalão dos Correios ‘e um elemento político’.

Barth explicou o esquema. “As grandes empresas que necessitam desse serviço de postagem – entrega de faturas, documentos em geral – têm um volume muito grande de correspondências. Elas precisam de empresas que façam a produção, a preparação de postagem e entrega no Correio, para que entre no fluxo postal”, disse. “Eles tinham várias formas de burlar, às vezes com a ajuda de funcionários dos Correios, e colocavam no fluxo postal sem pagamento.”

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