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Política

‘Guerra da Vacina’ pode unir centro contra Bolsonaro

Por Agência Estado

28 de outubro de 2020, às 13h00 • Última atualização em 28 de outubro de 2020, às 18h19

Às vésperas das eleições municipais, os movimentos “erráticos” de Jair Bolsonaro têm sido classificados por partidos e personalidades do centro como mais um sinal de que, passadas as disputas de novembro, será necessário construir uma frente política com musculatura para enfrentar o presidente, em 2022, e encontrar um nome que personifique a oposição a ele. Enquanto Bolsonaro está em campanha pelo segundo mandato, porém, os protagonistas do chamado “centro democrático” ainda batem cabeça.

Personalismo e interesses partidários são até agora obstáculos às articulações em torno de um nome que possa representar o grupo. Em busca de adesões, há até tentativas de negociar uma frente eclética. As conversas incluem PSDB, DEM, MDB, PSD, Podemos, Cidadania, PCdoB, PV, Rede, PDT e PSB. Os quatro últimos já fazem oposição no Congresso.

Nada, porém, foi adiante. Segundo integrantes desses partidos, um dos motivos é que o PSDB tenta impor o nome do governador de São Paulo, João Doria, e o PDT, o do ex-ministro Ciro Gomes. “O fortalecimento da democracia para permitir uma composição futura mais ampla de campos democráticos vai exigir capacidade de diálogo, de discernimento e humildade. Temos de administrar o contraditório, com menos radicalismo e mais entendimento”, disse Doria ao Estadão, ao negar ser um entrave para a construção de um nome.

O tucano se tornou o principal adversário de Bolsonaro. Sob pressão de seguidores nas redes sociais, o presidente afirmou que “a vacina chinesa do Doria” não seria comprada. “Deixe a eleição de 2022 para outro momento, presidente”, rebateu o governador. Ontem, Bolsonaro acusou Doria de aumentar impostos; o governador o chamou de “desinformado”.

Apesar do estilo conflituoso do presidente, pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) com o Instituto MDA – divulgada anteontem – mostrou que a atuação do governo na pandemia de covid-19 é aprovada por 57%. A concessão do auxílio emergencial alavancou a popularidade de Bolsonaro. O auxílio termina em dezembro e, na tentativa de garantir a continuidade dos repasses, o presidente busca tirar do papel o programa Renda Cidadã.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o marqueteiro João Santana chamou a atenção para essa guinada de Bolsonaro, que, segundo ele, “quer deixar de ser o herói moral para ser o herói social”.

“Precisamos construir um projeto alternativo a essa quadra de desmantelo. Isso exige que os homens públicos deixem suas diferenças de lado”, afirmou Ciro Gomes, candidato derrotado na disputa de 2018 ao Planalto e nome anunciado para 2022. Para ele, essa construção “não é fácil, mas absolutamente necessária para o Brasil”.

Nenhuma das conversas para a formação dessa frente de centro inclui o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, possível candidato em 2022. Mas, na visão de políticos que procuram levar adiante o plano contra o presidente, o ex-juiz quer “criminalizar” a política e faz voo solo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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