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Política

Freixo pede nova perícia e afastamento de promotora do caso Marielle

Por Agência Estado

01 de novembro de 2019, às 17h36 • Última atualização em 01 de novembro de 2019, às 19h11

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), amigo e principal aliado político da vereadora assassinada Marielle Franco, pediu ao procurador-geral de Justiça do Rio, José Eduardo Gussem, o afastamento da procuradora Carmen Eliza Bastos de Carvalho das investigações sobre a morte da parlamentar. Carmen publicou imagens nas redes sociais em que demonstra apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ela também aparece em foto lado do deputado estadual Rodrigo Amorim, que quebrou uma placa com o nome de Marielle no ano passado.

“Cabe destacar que, em que pese não existir isenção política, pois seres humanos têm suas opiniões políticas e têm direito ao pleno exercício da cidadania, o que a Lei Orgânica do Ministério Público veda é a participação político-partidária, impondo um dever de agir desprovido de paixões políticas, com a devida isenção ou imparcialidade, na condição de membro do Ministério Público ou do Poder Judiciário”, escreve Freixo na representação enviada nesta sexta-feira, 1, ao MP estadual.

Segundo o deputado do PSOL, Carmen ignorou um dever funcional do cargo ao não se declarar suspeita para atuar no caso, “violando o art. 118, VII da Lei Complementar nº 106/2003 e art. 43 da Lei 8.625/1993.”

Desde que as fotos de Carmen vieram à tona, na manhã desta quinta-feira, 31, o Ministério Público ainda não se posicionou oficialmente. Uma reunião da cúpula do órgão chegou a ocorrer ontem à noite, mas a promotora teria se recusado a deixar as investigações.

Outro pedido feito por Freixo na representação é que seja realizada uma nova perícia nos arquivos que registram as entradas no condomínio Vivendas da Barra, onde moram Bolsonaro e o policial Ronnie Lessa, preso acusado de disparar os tiros contra Marielle em março de 2018.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a perícia que embasou o argumento de que o porteiro mentiu ao associar Bolsonaro a outro envolvido no crime, Elcio Vieira de Queiroz, foi finalizada em menos de duas horas e meia. Ao solicitar a perícia, as promotoras também ignoraram possíveis adulterações nos arquivos em si, como exclusões ou renomeações. Apenas os áudios de interfone foram periciados – a fim de atestar que foi Ronnie Lessa, não Bolsonaro, quem autorizou a entrada de Elcio Queiroz no condomínio no dia do crime.

Carmen estava na coletiva de imprensa em que o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizada (Gaeco) desmentiu o depoimento prestado pelo porteiro do condomínio.

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