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Política

Fora da posse de Boric, Bolsonaro ignora vizinhos de esquerda

Por Agência Estado

12 de janeiro de 2022, às 14h55 • Última atualização em 12 de janeiro de 2022, às 17h08

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 12, que não vai comparecer à posse de Gabriel Boric, eleito presidente do Chile em dezembro do ano passado. A cerimônia, marcada para o dia 11 de março, não será a primeira do tipo sem a presença do mandatário brasileiro. Bolsonaro tem costume de não prestigiar a posse de eleitos ligados à esquerda na América Latina e já faltou a pelo menos três eventos semelhantes.

Em 2019, primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro não compareceu à posse de Alberto Fernández na Argentina, rompendo uma tradição de 17 anos. O último presidente brasileiro a não prestigiar uma posse no país foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o argentino Eduardo Duhalde foi nomeado pelo Congresso Nacional após renúncia de Adolfo Rodríguez Saá. Fernández, que é um político de esquerda, havia derrotado o candidato preferido de Bolsonaro, Maurício Macri, que concorria à reeleição. O Brasil foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) no evento.

Em 2020, Bolsonaro não viajou a La Paz para a posse do esquerdista Luis Arce, eleito presidente da Bolívia. Diferente de outras ocasiões, o governo brasileiro não enviou sequer um representante para a cerimônia, deixando a presença simbólica do País a cargo do embaixador brasileiro na Bolívia, cuja aparição é protocolar.

Em julho de 2021, o presidente também não compareceu à cerimônia de posse do também esquerdista Pedro Castillo, presidente do Peru. Na ocasião, o Brasil foi novamente representado pelo vice-presidente Mourão. Castillo é dirigente sindical e foi eleito sob temores de assumir uma postura radical à esquerda. Ele saiu vitorioso de um pleito acirrado contra sua adversária de direita, Keiko Fujimori, após uma apuração dos votos que durou vários dias.

Diferentemente dos episódios acima, Bolsonaro decidiu comparecer à posse do ex-banqueiro Guilherme Lasso no Equador em 2021. O presidente equatoriano defende pautas conservadores e representa a direita tradicional no país.

Gabriel Boric

O esquerdista Gabriel Boric foi eleito em dezembro de 2021 o presidente mais jovem da história do Chile, aos 35 anos de idade. Ele venceu o candidato da direita, José Antonio Kast, conhecido como o “Bolsonaro chileno”. O Brasil foi o último país da América do Sul a cumprimentar a vitória.

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