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Política

Contra desinformação, Twitter amplia sistema de denúncias

Rede social vem sendo criticada pela demora em adotar medidas de controle em publicações contendo desinformação

Por Agência Estado

18 de janeiro de 2022, às 08h08 • Última atualização em 18 de janeiro de 2022, às 10h02

Após pressão de usuários, o Twitter anunciou nesta segunda a ampliação, no Brasil, do recurso que permite denunciar publicações contendo desinformação, sobretudo sobre a pandemia de Covid-19. Criticada pela demora em adotar medidas de controle desse tipo de postagem, a plataforma alegou que mais da metade do conteúdo que viola as regras é detectada por sistemas automatizados, e que o restante é identificado por “monitoramento contínuo de equipes internas”.

Além do País, o mecanismo chega também à Espanha e às Filipinas. A empresa decidiu não tornar a ferramenta, que ainda não é definitiva, disponível globalmente.

A iniciativa Sleeping Giants Brasil – que se apresenta como um coletivo de combate à desinformação e não revela a identidade das pessoas que o conduzem – intensificou nas últimas semanas a pressão para que o Twitter tomasse medidas mais restritivas em relação a publicações enganosas. Anteontem, a hashtag #FakeNewsMata, levantada pelo grupo, alcançou o topo dos assuntos mais comentados.

Na primeira semana do ano, a plataforma afirmou que acompanhava a discussão e avaliava “revisões” em suas políticas. Uma das principais queixas dos usuários que replicaram a hashtag era de que o Twitter não oferecia no Brasil as ferramentas de denúncia contra desinformação disponíveis em outros países. Com foco nessa demanda, o Sleeping Giants lançou um formulário que permitia enviar e-mails automáticos para o CEO da empresa. Até a manhã de ontem, mais de 6 mil mensagens já haviam sido encaminhadas.

Em nota ao Estadão na semana passada, o Twitter afirmou que já possuía uma “política de informações enganosas sobre o coronavírus” e que pode “obrigar que os clientes excluam tuítes gravemente nocivos”. Contudo, a plataforma não permitia ao usuário denunciar por conta própria uma publicação que considerasse enganosa sobre a doença.

Exclusão

A política de exigir a remoção de um conteúdo foi aplicada recentemente contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Ele teve de apagar publicações nas quais descrevia a vacinação de crianças contra a covid como “infanticídio”.

Em resposta às pressões, a empresa afirmou que sua abordagem contra a desinformação vai além de retirar conteúdos e contas do ar. “O Twitter tem o desafio de não arbitrar a verdade e dar às pessoas que usam o serviço o poder de expor, contrapor e discutir perspectivas. Isso é servir à conversa pública”, diz comunicado publicado no perfil oficial da plataforma no Brasil. Há duas semanas, outra hashtag sobre tema semelhante esteve entre as mais comentadas, quando usuários questionaram a empresa por conceder o selo de verificação de autenticidade a uma blogueira bolsonarista contrária à vacina.

Na semana passada, o Twitter suspendeu a conta do empresário bolsonarista Luciano Hang, após ele compartilhar conteúdo contrário à vacinação de crianças. O acesso do empresário à plataforma foi restabelecido no sábado. Segundo a assessoria da empresa, o perfil voltou ao ar porque pessoas que tiveram suas contas suspensas podem pedir uma revisão das medidas tomadas pela plataforma. “Está prevista a possibilidade de que, após o processo de recurso, se conquiste o direito de voltar a operar contas suspensas.”

Medida provisória

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que vai conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na tentativa de resgatar uma medida provisória para dificultar a remoção de conteúdo nas redes. Em setembro do ano passado, Pacheco devolveu uma MP assinada por Bolsonaro que alterava o Marco Civil da Internet e limitava a exclusão de conteúdo na internet.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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