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Política

Braga Netto anuncia abertura de site para atender governadores

Por Agência Estado

25 de março de 2020, às 15h15 • Última atualização em 25 de março de 2020, às 16h04

Após o aumento das divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores de Estado, o Palácio do Planalto informou nesta quarta-feira, 25, ter lançado um site para receber demandas e sugestões dos governos estaduais. Também foi aberto um portal para receber doações ao governo e órgãos federais. As páginas são do Centro de Operações (COP) da covid-19, coordenado pela gabinete de crise montado na Casa Civil.

“Hoje já está disponível um site para doações (…), existe outro site exclusivo para os governos de Estado, acesso mediante senha, para conversarem com o COP, apresentando suas sugestões e necessidades”, afirmou o ministro Braga Netto, chefe da Casa Civil.

Segundo o ministro, o COP foi ativado para realizar a coordenação entre todos os atores envolvidos, sobretudo a logística, e monitorar ações para informar ao presidente Jair Bolsonaro.

Braga Netto afirmou que o País terá que adaptar soluções para superar a pandemia provocado pelo novo coronavírus e a crise econômica decorrente. “Não existe modelo de solução”, afirmou o ministro em breve pronunciamento.

Bolsonaro realizou reuniões por videoconferência com os governadores nos últimos três dias, o que foi visto como um sinal de mais diálogo ou coordenação por parte do governo, mas o relacionamento se deteriorou novamente depois de o presidente reiterar críticas a eles em pronunciamento na TV e questionar as restrições de circulação de pessoas, como o fechamento de escolas. Na reunião desta quarta-feira, Bolsonaro teve uma discussão política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Perguntas

Pela segunda vez, integrantes do alto escalão do governo se esquivaram de questionamentos durante uma coletiva de imprensa e deixaram que servidores de níveis hierárquicos inferiores se submetessem a perguntas para as quais não tinham resposta.

Nesta quarta-feira, o ministro da Casa Civil, o general Braga Netto, fez um pronunciamento breve e deixou do salão em que ocorria a entrevista coletiva. O subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Heitor Freire de Abreu, não tinha dados para a maior parte das perguntas de jornalistas, como se o governo adotaria mudanças no isolamento, deixando apenas idosos e grupos de risco em confinamento, o que vem sendo chamado pelo presidente de “isolamento vertical” em vez de ações de quarentena, o “isolamento horizontal”. Ele chegou a pedir que os questionamentos fossem feitos diretamente ao Braga Netto.

“Essa pergunta foge ao escopo do centro de operações. Solicito que ela seja dirigida diretamente ao ministro da Casa Civil”, disse o coordenador.

A reportagem perguntou, por exemplo, se depois dos questionamentos que o presidente fez às orientações de isolamento social feitas pelo Ministério da Saúde, haveria mudança nos serviços federais que atendem ao público, como agências de bancos e casas lotéricas, e a retomada de aulas em universidades. O subchefe afirmou que não tinha notícia sobre mudanças nas orientações de isolamento dos servidores.

A reportagem também questionou quantas exportações de produtos e insumos de saúde úteis no combate à pandemia haviam sido liberadas excepcionalmente e o que as justificou – elas precisam de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitárias. O Centro de Operações não tinha o dado.

“Existem necessidades e demandas que precisamos atender, então optamos por avaliar caso a caso. No que se refere à decisão de liberar ou não a pergunta deve ser endereçada ao Ministério da Saúde e à Receita Federal”, respondeu Abreu, que também é coordenador do Centro de Operações da covid-19.

Abreu afirmou que a Casa Civil, responsável pela interlocução federativa, aguardaria orientações do presidente sobre manifestações políticas dos governadores e que a orientação de nível técnico era manter canais abertos.

Na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro fez gesto semelhante ao de Braga Netto. Ele abandonou o microfone deixando ministros e secretários sem resposta aos questionamentos como que protocolo adotaram nesta semana, uma vez que deixaram de usar máscaras de proteção durante entrevistas coletivas, o que vinham fazendo na semana passada.

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