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Política

Bolsonaro volta a colocar em dúvida o resultado da eleição de 2018 no 1º turno

Presidente já chegou a dizer que teria supostas provas de que teria vencido no primeiro turno, mas nunca as apresentou

Por Agência Estado

14 de janeiro de 2022, às 13h25 • Última atualização em 14 de janeiro de 2022, às 14h04

Na eleição de 2018, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos no primeiro turno - Foto: Alan Santos - PR

Em ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar em dúvida o resultado do pleito de 2018, quando ele foi eleito. Durante um evento em Macapá, o chefe do Executivo disse, sem apresentar provas, que deveria ter ganhado as eleições em primeiro turno. Na capital do Amapá, ele participou do lançamento de um cabo de fibra óptica submerso em rios, por meio do Programa Norte Conectado, que tem o objetivo de expandir a infraestrutura de comunicações na Região Amazônica.

“Estávamos à beira do socialismo, um país mergulhado em corrupção. Um país parecendo que não tinha um norte. Quis Deus que eu, sobrevivendo a uma facada, de um integrante do PSOL, também conseguisse, sem partido, sem marqueteiro e sem televisão… ganhamos as eleições, que era para ter ganho no primeiro turno, se fossem umas eleições limpas no primeiro turno”, declarou o presidente em discurso no evento.

Na eleição de 2018, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos no primeiro turno. Para que não houvesse segundo turno, o então candidato teria de ter alcançado mais de 50%. O presidente já chegou a dizer que teria supostas provas de que teria vencido o pleito daquele ano no primeiro turno, mas nunca as apresentou. No ano passado, o chefe do Executivo subiu o tom ao colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas. Recentemente, voltou a dizer que foram identificadas “inconsistências” e “vulnerabilidades” nas urnas.

Bolsonaro aproveitou também o evento de hoje para acenar para suas principais bases eleitorais. “É um governo que fala, com orgulho, que acredita em Deus, que respeita os seus militares, que defende a família brasileira e que deve lealdade a seu povo”, disse. “Em nosso governo tem realização e não tem corrupção”, acrescentou Bolsonaro.

Ano eleitoral
Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente estreou o ano eleitoral com entrevistas – a maioria para órgãos de imprensa alinhados ao governo – participação em culto evangélico e a presença em partida de futebol organizada por cantores sertanejos. Entre a alta hospitalar, em São Paulo, na semana passada, e esta quarta-feira, 12, o chefe do Executivo reservou sete horas de sua agenda para esses compromissos.

Em uma semana, Bolsonaro voltou a criticar os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, seus alvos prediletos no Supremo Tribunal Federal (STF), e escalou o conflito com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em torno da vacinação infantil contra a Covid-19. Para completar, deu nova declaração de tom preconceituoso contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), e usou a inflação de 10,67% de 2015, no governo Dilma Rousseff, para justificar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 10,06% em 2021.

Mais uma vez, presidente minimiza mortes na pandemia

Em meio à explosão de casos de Covid-19 no País devido ao espalhamento da variante Ômicron, o presidente Jair Bolsonaro (PL) causou aglomeração nesta sexta-feira, 14, em Macapá, e voltou a minimizar as mortes na pandemia. Na capital do Amapá, o chefe do Executivo participou do lançamento de um cabo de fibra óptica submerso em rios, por meio do Programa Norte Conectado, que tem o objetivo de expandir a infraestrutura de comunicações na Região Amazônica.

“Mostrei, como um general em combate, como eu deveria me comportar no momento difícil da pandemia. Lamentamos as 600 mil mortes, mas nós temos que viver, nós temos que sobreviver e temos que vencer”, disse o presidente durante o evento. Ao chegar nesta manhã, Bolsonaro foi recebido no aeroporto por apoiadores, que tiraram fotos com ele aos gritos de “mito”. A maioria não usava máscara de proteção. Após realizar uma visita técnica no local da instalação dos cabos, o chefe do Executivo causou aglomeração ao andar, também sem máscara, em meio à multidão.

Participaram do evento os ministros Fábio Faria, das Comunicações; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Todos sem máscara. “Nenhum governo veio aqui no Amapá trazer internet para esse povo”, afirmou Faria, em tom de campanha eleitoral.

Nesta quarta-feira, 12, Bolsonaro chegou a minimizar a nova cepa do coronavírus, que é altamente contagiosa e tem provocado um aumento de infecções e da procura por testes de Covid-19 no Brasil. Durante uma entrevista, o presidente sugeriu que a Ômicron é “bem-vinda” e pode sinalizar o fim da pandemia.

Dados apontam que a nova cepa do coronavírus tem causado menos mortes do que em outras ondas da crise sanitária, diante do cenário de vacinação mais alta, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que ainda é cedo para tratar a Covidcomo uma doença endêmica.

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