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Política

Bolsonaro: ‘Minha filha não vai se vacinar, vou deixar bem claro’

Presidente diz que mortes de crianças por Covid-19 não justificam adoção de vacina contra a doença, que tirou a vida de pelo menos 300 brasileiros de 5 a 11 anos

Por Agência Estado

27 de dezembro de 2021, às 17h33 • Última atualização em 27 de dezembro de 2021, às 22h40

Apesar da recomendação de especialistas e a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (27) que as mortes de crianças por Covid-19 não justificam a adoção de uma vacina contra a doença. Bolsonaro também informou que não vai imunizar sua filha Laura, de 11 anos.

“Não vêm morrendo crianças que justifiquem uma vacina”, disse Bolsonaro – Foto: Alan Santos / PR

“Não vêm morrendo crianças que justifiquem uma vacina”, declarou o presidente em entrevista às emissoras CNN Brasil e SBT, após chegar a São Francisco do Sul, Santa Catarina, onde passará a festa de ano-novo. “Minha filha não vai se vacinar, vou deixar bem claro”, acrescentou. Na última quinta-feira, Bolsonaro disse em live que iria discutir com a primeira-dama Michelle se iria vacinar Laura.

De acordo com dados da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), 2,5 mil pessoas de 0 a 19 anos já morreram por Covid-19, sendo mais de 300 delas no grupo de 5 a 11 anos – justamente o que aguarda a liberação do governo para ser vacinado com as doses pediátricas da Pfizer.

Na véspera de Natal, o presidente disse a jornalistas em Brasília que não havia necessidade de uma decisão emergencial do governo sobre o tema. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já fez a mesma afirmação.

Bolsonaro também declarou hoje que Queiroga divulgará uma nota no próximo dia 5 “sobre como acha que devem ser vacinadas crianças”. “Espero que não haja interferência do Judiciário”, declarou o presidente.

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“A questão da vacina para crianças é uma coisa muito incipiente ainda. O mundo ainda tem muita dúvida”, acrescentou, sem apresentar provas ou citar o apoio de cientistas e da Anvisa à imunização da faixa etária. Ele ainda citou um suposto estudo do CDC (sigla em inglês para Centro de Controle e Prevenção de Doenças), a “Anvisa americana”, que apontaria riscos de miocardite e consequente transplante de coração em crianças vacinadas.

Em seguida, o presidente fez declarações sobre a pandemia descoladas da ciência. Afirmou que a imunidade natural é melhor que a vacinal, o que já foi desmentido por especialistas, e que todas as pandemias terminaram com “imunidade de rebanho”, termo que não considera o surgimento de variantes mais infecciosas e letais.

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