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Deputado

Após falar em ‘ruptura’, Eduardo Bolsonaro é denunciado ao Conselho de Ética

Ofensiva da oposição veio após declarações do deputado em uma transmissão ao vivo ao lado de apoiadores bolsonaristas investigados no inquérito das fake news

Por Agência Estado

29 de maio de 2020, às 15h28 • Última atualização em 29 de maio de 2020, às 21h02

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) se tornou alvo de mais uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.

A Rede Sustentabilidade, o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolaram o pedido na quinta-feira (28).

A ofensiva da oposição veio após declarações de Eduardo em uma transmissão ao vivo ao lado de apoiadores bolsonaristas investigados no inquérito das fake news. O parlamentar afirmou não ter dúvida de que será alvo de uma investigação em breve e disse que participa de reuniões em que se discute “quando” acontecerá “momento de ruptura” no Brasil.

“Não tenho nem dúvida que amanhã vai ser na minha casa [que cumprirão mandado de busca], que se nós tivermos uma posição colaborativa, vão entrar na nossa casa, dando risada. Até entendo quem tem uma postura moderada, vamos dizer, para não tentar chegar a momento de ruptura, a momento de cisão ainda maior, conflito ainda maior. Entendo essa pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso vai ocorrer”, afirmou o parlamentar, que emendou:

“E não se enganem, as pessoas discutem isso. Essas reuniões entre altas autoridades, até a própria reunião de dentro de setores políticos, eu, Bia, etc, a gente discute esse tipo de coisa porque a gente estuda história. A gente sabe que a história vai apenas se repetindo. Não foi de uma hora para outra que começou a ditadura na Venezuela, foi aos poucos.”

O deputado disse ainda que “quando chegar ao ponto que o presidente não tiver mais saída e for necessário uma medida enérgica ele é que será tachado como ditador”.

A live foi transmitida pelo canal de YouTube do blog Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos alvos da operação da última quarta-feira contra empresários, políticos e apoiadores de Bolsonaro investigados por divulgar notícias falsas e ameaças contra autoridades da República, como ministros do Supremo e seus familiares. Além de Santos, a deputada Bia Kicis (PSL-SP), outra investigada pelo inquérito das fakes news, também participou da transmissão, ao lado de Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, e do médico Ítalo Marsili.

Para a oposição, Eduardo Bolsonaro atentou “contra o Estado Democrático de Direito” e demonstrou que “há, em curso, uma articulação orientada pelo Representado e por aliados do Presidente da República, na tentativa de deflagrar uma ruptura institucional, com graves consequências para a democracia brasileira”.

Eduardo Bolsonaro já responde a processo no Conselho de Ética por afirmar que “se a esquerda brasileira radicalizar”, uma resposta pode ser “via um novo AI-5”.

Em julho de 2018, antes do primeiro turno das eleições que deram a vitória a Jair Bolsonaro, o filho caçula do então presidenciável Jair Bolsonaro, disse que, para fechar STF, bastava “um soldado e um cabo”. A declaração se referia à possibilidade do pai ser impedido de assumir o Planalto caso fosse eleito ainda na primeira fase da corrida presidencial.

Nos úl­ti­mos di­as, o go­ver­no tem so­fri­do uma su­ces­são de der­ro­tas no Su­pre­mo, a mai­o­ria de­las por de­ci­sões in­di­vi­du­ais dos mi­nis­tros Cel­so de Mello e Ale­xan­dre de Mo­ra­es. O es­to­pim pa­ra a no­va crise ocor­reu, no en­tan­to, após a ação operação de­ter­mi­na­da por Mo­ra­es, rela­tor do inqué­ri­to das fa­ke news. Na ação de anteontem, a PF apre­en­deu documentos, com­pu­ta­do­res e celulares em endereços de apoi­a­do­res do pre­si­den­te. Desde então, aumentam as investidas contra o STF dirigidas pelo próprio presidente e por seus apoiadores.

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