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Política

Acusações de Moro podem afetar candidatura do Brasil na OCDE

Por Agência Estado

07 de maio de 2020, às 11h00 • Última atualização em 07 de maio de 2020, às 11h59

O chefe do grupo de trabalho anticorrupção da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Drago Kos, afirmou que as revelações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre tentativas de “interferência política” do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal podem ameaçar a candidatura do País na entrada da organização.

Em entrevista à Bloomberg, Kas afirmou que a OCDE ligou para autoridades brasileiras para saber “o que estava acontecendo” após o anúncio de demissão de Moro, que deixou o governo no dia 24 de abril após relatar pressões do presidente para mudar o comando da PF.

“Nossos estados membros são muito, muito rigorosos quando discutem adesões à OCDE. Por isso, espero que o Brasil use isso como uma oportunidade, mas se seguirem outro caminho, nossos estados membros saberão como lidar com isso”, disse. “Nós queremos ter a certeza absoluta de que o Brasil não está retrocedendo”.

Kos afirmou ao site norte-americano ter ficado “chocado” com a saída de Moro. No ano passado, os dois se encontraram em Brasília para discutir medidas anticorrupção adotadas pelo governo brasileiro que devem estar no padrão da organização.

O chefe do grupo de trabalho anticorrupção afirmou que espera que as autoridades brasileiras investiguem as alegações de Moro com o mesmo empenho que fizeram durante a Operação Lava Jato.

“Quando você vê uma pessoa como Moro deixar o Ministério da Justiça, você sabe que algo está terrivelmente errado”, disse. “No Brasil, eu encontrei com policiais, procuradores e especialistas muito qualificados que lidam com casos de corrupção. A pergunta agora é o quão livre eles estarão para fazer o seu trabalho?”.

Segundo o dirigente, uma videoconferência será realizada em junho para discutir, entre outros assuntos, a saída de Moro do governo. O tema principal do encontro é a candidatura brasileira, submetida em 2017 e que começou a andar no começo deste ano.

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