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Mundo

Trump insulta democratas após derrota na Câmara

Por Agência Estado

17 de outubro de 2019, às 07h56 • Última atualização em 17 de outubro de 2019, às 09h29

Era para ser uma simples reunião sobre a crise na Síria, mas o encontro desta quarta-feira, 16, entre os líderes democratas e o presidente Donald Trump, na Casa Branca, mal começou e já tinha terminado. Segundo o senador democrata Chuck Schumer, Trump teve um “surto” e ofendeu a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.

O súbito mau humor do presidente se explica, segundo os democratas, pela derrota devastadora do governo no plenário da Câmara, horas antes, quando Pelosi conseguiu aprovar uma resolução condenando a retirada das tropas americanas da Síria, abrindo caminho para a ofensiva turca contra os curdos, que até então eram aliados dos EUA.

Por 354 votos a 60, a resolução foi aprovada – com o apoio de 129 deputados republicanos. Embora sem consequências práticas, a votação é uma derrota simbólica que mostra que a maioria dos congressistas condena a decisão de Trump de retirar as tropas da Síria.

O presidente se irritou com a medida. De acordo com Schumer, Trump chamou Pelosi de “política de terceira categoria”. “Foi um insulto à presidente da Câmara dos Deputados. Um desrespeito”, disse o senador. “Ele disse que havia comunistas entre os membros do Estado Islâmico e sugeriu que nós estaríamos achando bom. Não foi um diálogo, foi um insulto.”

Pelosi também definiu o episódio como um “surto” do presidente. Segundo a democrata, logo após os ataques verbais de Trump, os líderes – Pelosi, Schumer e o senador Steny Hoyer – abandonaram a reunião.

“Acho que o tamanho da derrota (horas antes, na Câmara), com dois terços dos republicanos votando contra ele, o afetou”, disse Pelosi. “Ele estava bastante alterado. E foi por isso que interrompemos o encontro. Ele não estava conectado à realidade da situação.”

Mais cedo, após reunião com o presidente italiano, Sergio Matarella, na Casa Branca, Trump adotou outra estratégia para defender sua decisão de retirar as tropas da Síria: atacar os curdos – que ajudaram os EUA a derrotarem o Estado Islâmico. O presidente declarou que os curdos “não são santos” e provavelmente são uma “ameaça terrorista maior que o Estado Islâmico”.

“Nós não temos nada com isso”, disse o presidente, sobre a guerra síria. “Se a Turquia invade a Síria, isto é um problema entre a Turquia e a Síria. Não é nossa terra.” A posição de Trump tem provocado críticas dentro do próprio partido, que teme os efeitos geopolíticos de uma incursão turca na Síria e do recuo dos EUA, que favorece o avanço dos interesses da Rússia e do Irã no Oriente Médio.

Por isso, ele tem tentado se livrar das acusações de ter permitido a ofensiva turca. “Eu não dei sinal verde para o ataque (turco). Foi o oposto disso”, disse Trump. Nesta quinta-feira, 17, o vice-presidente, Mike Pence, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se reúnem com o presidente Recep Tayyip Erdogan em Ancara. Em princípio, o líder turco havia esnobado a delegação americana, mas depois aceitou se reunir com os enviados de Trump. Erdogan, porém, já disse que não haverá cessar-fogo e garantiu que não se importa com as sanções anunciadas em Washington. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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