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Mundo

Protesto em feriado nacional acaba em violência em Paris

Por Agência Estado

15 de julho de 2019, às 08h49 • Última atualização em 15 de julho de 2019, às 09h54

Enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, presidia a festa nacional da Queda da Bastilha, acompanhado de autoridades europeias, o movimento dos coletes amarelos levantava barricadas e queimava lixo diante dos principais pontos turísticos de Paris. Policiais e manifestantes protagonizaram cenas violentas – pelo menos 180 pessoas foram presas.

A polícia antidistúrbio teve muito trabalho para dispersar os manifestantes, muitos encapuzados. Foi a primeira vez que os coletes amarelos protestaram na Avenida Champs-Elysées, a mais famosa da capital, desde 16 de março.

Segundo a emissora CNews, entre os detidos estão Eric Drouet, Jérôme Rodrigues e Maxime Nicolle, figuras destacadas do movimento. A situação foi tensa no início da comemoração, quando algumas pessoas receberam Macron com vaias, cantos contra o capitalismo e bandeiras amarelas – uma referência ao movimento.

“Os que tentaram impedir este desfile militar deveriam ter um pouco de vergonha. Hoje é um dia no qual a nação se une e acredito que a nação deve ser respeitada”, afirmou o ministro francês do Interior, Christophe Castaner.

O choque entre o governo de Macron e o movimento dos coletes amarelos começou em novembro do ano passado, quando um grupo de motoristas franceses deu início a uma onda de protestos contra o aumento do preço dos combustíveis.

O estopim foi o anúncio, pelo governo francês, da criação de um imposto sobre as emissões de carbono, a valer a partir de 1.º de janeiro deste ano, que representou um aumento de cerca de 6,5 centavos de euro no preço do litro do óleo diesel e de 3 centavos no da gasolina.

Ampliação

Os protestos foram chamados de “revolta dos coletes amarelos” em alusão ao equipamento de segurança usado pelos motoristas. A marca das manifestações são os bloqueios de estradas, ruas e avenidas em várias cidades da França. Curiosamente, os mais insatisfeitos eram moradores de cidades médias e pequenas, que dependem de carro para trabalhar – embora a face mais visível das manifestações tenha sido mesmo Paris.

O que começou como insatisfação pelo aumento dos combustíveis, logo derivou para algo bem mais difuso, uma agenda que abarca desde a queda do poder aquisitivo da maioria dos franceses até questões relativas à imigração, tema particularmente sensível na Europa.

Nas comemorações deste domingo, 14, o presidente francês falou de seu projeto de defesa da Europa, considerando crucial para melhorar a autonomia estratégica do continente. Macron, que participou de seu terceiro desfile desde sua eleição, em maio de 2017, abriu as festividades ao percorrer a Champs-Elysées em um carro de comando, antes de passar em revista às tropas ao lado do chefe de Estado-Maior.

Depois, o presidente francês ocupou seu assento na tribuna presidencial instalada na Praça da Concórdia, onde vários líderes europeus esperavam por ele, entre eles a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o premiê da Holanda, Mark Rutte e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Diante da multidão reunida na capital, o campeão mundial francês de jet-ski Franky Zapata ofereceu um impressionante espetáculo futurista voando, com uma arma na mão, várias dezenas de metros acima da avenida no Flyboard Air que ele mesmo inventou. No total, 4,3 mil militares, 196 veículos terrestres, 237 cavalos, 69 aviões e 39 helicópteros foram mobilizados para o evento. A festa terminou à noite, com a aguardada queima de fogos na Torre Eiffel. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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